Desporto

Consequências do uso de pirotecnia e do apoio a claques ilegais em Portugal

A existência e o uso de pirotecnia e o apoio a claques ilegais são assuntos que dividem, já há vários anos, os amantes do desporto. No dia 22 de outubro deste ano, o tema voltou às luzes da ribalta após um incidente entre a polícia e os adeptos do Sporting no jogo frente ao Casa Pia, a contar para a décima jornada do campeonato.

Fonte: Diário de Notícias

Pré-incidentes:

Em 2022 já se tinham realizado reuniões entre membros do conselho desportivo, como Pedro Proença, diretor da FPF, com o objetivo de debater medidas contra a entrada e a utilização de objetos pirotécnicos nos estádios portugueses. As medidas apresentadas passam por um aumento de reforço das vistorias e a monitorização dos adeptos às entradas dos recintos desportivos. A criminalização já era uma medida a ter em consideração e foi em outubro deste ano que se oficializou.

Incidentes no Estádio José Alvalade:

Os incidentes ocorridos durante o jogo necessitaram da intervenção das forças de segurança pública, que rapidamente agiram para acabar com o lançamento e o uso de objetos pirotécnicos como, por exemplo, tarjas. Esta intervenção não ocorreu de forma pacífica, tendo em conta os comportamentos dos adeptos leoninos e, por isso, foi necessária uma intensa carga policial.

Após este e tantos outros anteriores acontecimentos desta natureza no futebol português, o governo trabalhou num diploma apelidado de Regime Jurídico dos Explosivos e Substâncias Perigosas, que criminaliza a utilização, o transporte e a posse de objetos pirotécnicos, inclusivamente os famosos very lights, dentro dos recintos desportivos. Este diploma propõe que o incumprimento desta regra tenha penalizações severas, como pena de prisão até cinco anos, uma multa até 600 dias ou a interdição dos estádios, sendo que, em abril de 2022, já estavam mais de 180 adeptos interditados. No entanto, a criminalização da pirotecnia não é novidade. Outrora, o uso de very lights já foi considerado crime, porém, há pouco tempo, o uso destes engenhos foi descriminalizado.

Fonte: Diário de Notícias

Apoio a claques ilegais:

            Além da atuação do Governo no controlo de objetos fomentadores de violência, o Ministério da Administração Interna referiu no mesmo diploma aspetos sobre o apoio a claques ilegais. São consideradas claques ilegais as que não estejam registadas na APCVD – Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto – e o seu apoio é considerado igualmente um crime público que gera também repercussões para quem o fizer. Estas represálias podem recair principalmente para os dirigentes e clubes desportivos, caso seja provado este apoio, e, segundo João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, “quando algum clube vier a apoiar um grupo organizado de adeptos que não esteja registado pelo clube, estará a incorrer num crime com pena de prisão de um a três anos, dependendo da dimensão do apoio.” Em Portugal, até ao momento, estão apenas 27 claques registadas.

Fonte: Record

Estas medidas têm como único objetivo erradicar a violência que se tem sentido nos últimos tempos no desporto em Portugal. A rivalidade entre clubes e, por vezes, o descontentamento com os jogadores do clube simpatizante já foram grandes motivos para agressões. Esta violência já resultou em atropelamentos, espancamentos e mortes.

Fonte da capa: Sapo 24

Artigo revisto por Catarina Policarpo

AUTORIA

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O seu nome é Beatriz, mas sem serem os seus pais e os professores, toda a gente lhe chama de Bia. É aluna do 2.º ano de Jornalismo e foi no secundário que tomou a decisão de juntar duas paixões: a escrita e o desporto. Lembra-se, desde pequenina, de passar fins de semana inteiros a ver desporto com o seu pai. Apesar de já ter tentado algumas vezes, não nasceu muito dotada para o praticar e por isso considera-se uma “treinadora de bancada”. Viu na ESCS Magazine uma oportunidade de aprender e treinar para aquilo que deseja ser: Jornalista Desportiva.