Dracula: Uma história que podia ter ficado por contar?
ATENÇÃO: SPOILERS!!! Caso ainda não tenhas visto o filme, segue para a Conclusão (Spoiler free zone)
Fui atrasado, mas consegui ir ver o filme “Dracula: Untold”.
Entrei na sala de cinema (mesmo em cima da hora a que o filme começava) e já estava o título em letras grandes e flamejantes a rasgar um fundo negro. Observei aquela imagem com o coração cheio de expectativa. Estava há imenso tempo para ver este filme!
Para mal de mim, acabei por sair da sala algo desapontado com esta visão, transformada em película, sobre os mitos à volta de Vlad III. Passo a enumerar as minhas razões:
1- O enredo é bastante fácil, não num bom sentido (se virem o trailer, conseguem saber a história toda se prestarem atenção). À medida que o filme avança, é previsível o que se vai passar de seguida ou até a longo prazo, como a “falha” de Vlad no cumprimento do prazo de três dias dados pelo “Master Vampire”.
2- Quando falo de “Dracula: Untold”, sinto que o trailer é bastante importante, começando pelo aspecto acima descrito. Apesar da previsibilidade em termos de história do filme, a pequena amostra de 2:38 minutos a que tivemos acesso antes de estreia deixa-nos a ideia de uma longa-metragem épica, repleta de sangue e acção. Na realidade, sofre de algo que resolvi apelidar de “Síndrome Twilight”. Não querendo sucumbir ao hate em torno da saga Crepúsculo, tenho de admitir que tirou o impacto e terror às figuras dos vampiros. Antes de o filme estrear, foi-nos mostrado um compacto de cenas de luta entre Drácula e todo um exército de Turcos, de mordidas no pescoço com caninos bem afiados e de brandir efusivo de espadas, que quando passa para o grande ecrã se dilui bastante, sendo estas cenas intercaladas com mais sentimentalismo do que se desejaria e ficando a faltar SANGUE! Não querendo reduzir as tais cenas de ação, que estão efectivamente presentes, acabam por saber a pouco e este Drácula lembra mais Edward Cullen do que devia. Não que ache que a inner struggle da personagem não deva ser explicitada, simplesmente não foi esse o filme que nos apresentaram no trailer.
3- Vou inevitavelmente voltar àqueles três minutos enganadores e falar da banda sonora. Enquanto que em casa ouvimos a “Everybody Wants to Rule the World” da Lorde, música oficial do filme “Hunger Games: Catching Fire” e presente tanto no seu trailer como no do jogo “Assassin’s Creed: Unity” (sim, e uma música perfeita para trailers!), quando finalmente vemos as cenas de ação e momentos de maior tensão a música falha-nos e quebra o ambiente!
CONCLUSÃO: Enquanto escrevo esta análise oiço “The Vampyre of Time and Memory” dos Queens of the Stone Age e pergunto-me até que ponto este filme é “esquecível”, mas isso só o tempo o dirá.
Se me desiludiu? Sim, mas diverti-me a ver esta obra cinematográfica, especialmente com as cenas de acção (que deviam ser em maior quantidade e mais gráficas!).
Diria que é um filme que raparigas levariam os namorados a ver, seduzindo-os com cenas de “pancadaria” e gore e acabando por verem uma, até bonita, história de amor e coragem.