“E Depois do Adeus”
No dia 24 de abril de 1974, o Sporting teve a sua última derrota na temporada desportiva. Era como que um prenúncio dos tempos: a hora da tristeza ia passar e rápido.
Portugal amanheceu no dia seguinte a dar um passo fundamental para a construção da sua democracia. Sucedeu-se a Revolução dos Cravos e os leões, que tinham acabado de ser eliminados pelo 1. FC Magdeburg na meia-final da Taça das Taças, foram impedidos de entrar no país.
Assim como os ventos da revolução, o Sporting entra no dia seguinte em Portugal com força, com muita força. Desde a derrota com o Benfica em Alvalade, a 31 de março, que o Sporting vivia uma “crise”. Depois dessa derrota, empata com o Beira-Mar, é eliminado da Taça das Taças e fica com apenas um ponto de avanço em relação às águias.
A Revolução veio em boa hora para o Sporting. Os jogadores sportinguistas galvanizaram-se e venceram os oito jogos disputados até ao fim da temporada: três para o campeonato e cinco para a Taça. A época 1973/74 foi uma das melhores da história da “turma” de Alvalade. Recheada com golos de Yazalde, foram 50 ao longo da época, das assistências de Marinho e Dinis e das defesas do inconfundível Vítor Damas. O Sporting ergue o título de campeão no Barreiro e a Taça da “prova rainha” é conquistada de forma dramática, a 9 de junho.
O Sporting só tinha perdido contra o Benfica nessa temporada, dois jogos e duas derrotas. A final da Taça parecia ser mais uma. Chico Faria entrou na partida e aos 89 minutos empatou o jogo. Prolongamento. Na hora da verdade, Marinho marcou na primeira parte do prolongamento e o Sporting ganhou. A vendetta estava feita e a “dobradinha” também. Os primeiros troféus nacionais pós-fascismo pertenciam, então, ao Sporting. O primeiro clube a fazer uma “dobradinha”. Depois de 74, só voltaria a repetir o feito duas vezes.
Na atual época desportiva, onde se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, o Sporting tem a oportunidade de voltar a cometer tal proeza. Será que os leões de Rúben Amorim vão ter a força dos leões de Mário Lino?
Fonte da Capa: Jornal A Bola
Artigo revisto por Irina Figueiredo
AUTORIA
Nasceu e começou a fazer desporto, não literalmente, mas quase. Visto que se aventurou numa licenciatura em jornalismo completamente à descoberta daquilo que queria ser, porque não aliar isso a uma das poucas coisas que tem a certeza de que gosta, desporto. É aluno do terceiro ano de jornalismo, mas só agora a acabar o curso é que decidiu dar uma oportunidade à imprensa escrita. Vamos ver se “ela” merece essa oportunidade e não acaba por se tornar uma verdadeira paixão.