E se as palavras não vêm?
De vez em quando, mais do que eu gostaria, tenho um pequeno problema em escrever. A inspiração não vem quando queremos e, pior do que isso, as palavras não vêm quando queremos. A verdade é mesmo essa: as palavras não vêm quando queremos. E isso é uma chatice!
Há dezenas e dezenas de dicas e ideias sobre como lidar com bloqueios criativos ou sobre como enfrentar páginas em branco, etc., etc., mas nenhuma destas dicas se aplica ao caso de eu, por vezes, não saber o que escrever. Eu sei, eu sei: é um choque saber que eu nem sempre sei o que escrever! Mas é a verdade. As palavras nem sempre têm de conseguir dizer tudo o que nos vai na cabeça. As palavras nem sempre chegam. E as palavras nem sempre saem naturalmente.
É com base nessa certeza que estou a escrever este artigo. Eu não sei sobre o que estou a escrever, não sei o que vai sair daqui, mas continuo a escrever. Isto tem tudo para correr mal, mas é aí que está a magia!
Às vezes obrigo-me a escrever, como quem se obriga a ir ao ginásio para não perder o ritmo. Nem sempre as coisas saem naturalmente; às vezes é preciso escavar, escrever frases sem qualquer sentido e insistir. Ninguém disse que isto era fácil! Mas pode passar a ser.
Não sabes sobre o que escrever? Inventa. Não sabes como escrever? Tenta. Não te apetece escrever? Não escrevas. Não escreve quem pode, escreve quem quer. Porque nem todos conseguem bater o pé e dizer que estão ali para escrever, para escrever mesmo, sem desculpas, sem adiar. Se não der hoje, tentas amanhã.
AUTORIA
Sofia Costa Lima nasceu em Trancoso, em 1994. Estuda Jornalismo e é
apaixonada por escrita. Tem um blog pessoal desde 2009 e publicou dois livros — em 2013 e 2014. Colabora com a Associação Juvenil de Trancoso desde 2013, fazendo parte da equipa responsável pelo Jornal Escrever Trancoso.