Endgame: o fim da linha para a Marvel
Debati muito acerca se devia escrever este artigo. Talvez por considerar que não sairia nada à altura, talvez por achar que não viveria o filme como um verdadeiro fã da Marvel. Não o sou, confesso. Já vi alguns dos filmes, como a trilogia do Thor, os Guardiões da Galáxia, o Black Panther ou até, mais recentemente, a Capitã Marvel. No entanto, falta-me percorrer um longo caminho para ser absorvida pelo universo da Marvel.
O Endgame veio encerrar um capítulo. Supostamente, foi a última vez que vimos super-heróis como Iron Man, Capitão América ou Viúva Negra. Desta vez, o filme retrata a luta contra Thanos, o vilão, que, em Infinity War, dizimou metade da população da Terra, incluindo vários dos nossos heróis. Ficámos um ano sem saber como é que a franquia os traria (e se traria) de volta, como conseguiria vencer o titã, que agora detinha as seis infinity stones, e, acima de tudo, como conseguiriam encerrar uma era de forma digna e apreciada por todos.
A verdade é que passei o filme todo a sorrir. Pensar no quão realizados se sentiriam os verdadeiros fãs deixou-me um tanto aliviada. Este filme só podia ser um 8 ou 80: ou os fãs amavam, ou odiavam. Surpreendeu-me sobretudo o facto de terem conseguido atar todas as pontas soltas, sem se esquecerem ninguém. Tudo teve uma explicação, uma mudança, um término.
Entrei para a sala de cinema antes das dez da noite e saí depois da uma da manhã. Mesmo comprando um balde grande de pipocas, só durou até ao intervalo. Talvez os nervos tenham feito com que comesse mais avidamente. O tempo passou num instante, mesmo tendo passado horas lá enfiada. E sem dúvida não me importaria de ter passado mais. Não há pontos mortos no filme, não há cenas entediantes, não há desaceleração de acontecimentos. Cada parte tem significado e é especial à sua maneira. Aproveitaram da melhor forma todos os minutos com que constituíram este deleite.
Acho impressionante o modo como conseguiram meter, sucessivas vezes, toda a multidão a rir às gargalhadas. Endgame deixa-nos bem-dispostos durante grande parte do filme, mas também nos deixa com as emoções à flor da pele. Tem a dose certa de tristeza combinada com alegria. Foi a primeira vez em que, estando numa sala de cinema, vi os espetadores a bater palmas. Não uma, nem duas vezes. Juntei-me a eles em todas. Já tinha lido que as críticas estavam bastante favoráveis, que os fãs estavam a classificá-lo como “perfeito”, mas achei difícil de acreditar. Como é que os roteiristas seriam capazes de criar algo tão amado? Conseguiram fazer com que os fãs, mesmo sabendo que aquilo era um final, se levantassem das suas cadeiras satisfeitos. Uma das minhas partes favoritas foi quando eclodiu, de um ponto da sala, Chupa, Thanos!
A minha ida à antestreia do Endgame foi dos serões mais bem passados dos últimos tempos. Vivi cada momento deste espetáculo cinematográfico como se acompanhasse a saga incessantemente desde o início. É daqueles filmes que não me importava de rever. E rever. E rever novamente. Talvez por não viver tanto a MCU (Marvel Comics Universe) – podem considerar-me uma poser -, consegui sair da sala sem ter derramado uma lágrima. Contudo, compreendo perfeitamente que o desfecho seja diferente para os ferrenhos. Não posso deixar de referir que enquanto eu, chorona incorrigível, não verti qualquer lágrima, o Chris Evans (o nosso querido capitão) chorou, ao todo, seis vezes durante o filme. Estarei a desenvolver estruturas emocionais mais sólidas, ou simplesmente não compreendo na totalidade a magia daquilo a que assisti?
Artigo escrito por
Revisto por: Beatriz Pardal
AUTORIA
Depois de integrar a maioria das secções da revista, a Mariana ficou encarregue de incumbir esta paixão aos restantes membros. O gosto pela escrita esteve desde sempre presente no seu percurso e a licenciatura em Jornalismo veio exacerbar isso mesmo. Enquanto descobre aquilo que quer para o futuro, vai experimentando de tudo um pouco.