Festa do Benfica manchada por violência no Marquês de Pombal
O Sport Lisboa e Benfica conquistou ontem o 34ª título do clube no campeonato nacional de futebol e o primeiro bi-campeonato em 30 anos, mas a festa ficou manchada por episódios de violência.
É tradição: os clubes de Lisboa, e nomeadamente o Benfica, celebrarem os seus feitos na praça do Marquês de Pombal, uma das principais vias da capital. À semelhança do ano passado, centenas de milhares de adeptos benfiquistas deslocaram-se até ao Marquês para festejar o título do campeonato nacional de futebol.
Se este ano havia uma maior infraestrutura – dado que a festa é organizada e não ocorre totalmente de forma espontânea – e melhor organização, elogiada por todos os intervenientes ao longo da noite, o desfecho não foi de todo positivo e foi completamente o oposto de anos anteriores, incluindo os festejos do ano passado.
O Benfica organizou uma estrutura à volta do centro da praça do Marquês de Pombal, para onde os jogadores e a equipa técnica podiam circular à volta da praça para festejar com os adeptos – com o devido afastamento por razões de segurança – como se de um grande concerto de música se tratasse, e em que os campeões conseguiram chegar facilmente; ao contrário do ano passado em que o autocarro que transportava a equipa encarnada demorou cerca de uma hora e meia a fazer a Avenida Fontes Pereira de Melo, uma das principais artérias do Marquês de Pombal.
Contudo, e quando tudo fazia prever um fim de noite ordeiro e em festa – como tinha sido até então – e sem se perceber exatamente o que motivou a situação, houve um arremesso de garrafas de vidro da parte de certos adeptos contra as forças policiais que se encontravam no dispositivo de segurança da celebração benfiquista.
A situação ocorreu pouco depois da uma da manhã. Gerou-se o caos na zona da praça do Marquês mais próxima da Av. Fontes Pereira de Melo, tendo a polícia carregado sobre os adeptos em várias investidas.
Luisão, através do speaker que supostamente serviria para incitar aos cânticos da festa benfiquista, pediu calma aos adeptos, afirmando que “o Benfica não é isto. O Benfica não é briga”. Momentos depois, a equipa saiu da estrutura montada na parte interior da Praça do Marquês de Pombal e a festa terminou mais cedo.
Contudo, os incidentes não ficaram por aí. O arremesso de garrafas e até de pedras da calçada continuou e a polícia dispersou os adeptos, recorrendo muitas vezes à violência.
Resultado: 16 agentes da polícia ficaram feridos, sendo que não há ainda uma contabilização dos feridos entre os adeptos, que foram também vários. Foram, no entanto, detidas 13 pessoas por posse de material pirotécnico e agressão à autoridade.
As acusações de atitudes provocatórias vieram dos dois lados da ‘barricada’, tendo o presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira, em comunicado na manhã seguinte, condenado todos os actos de violência que ocorreram no domingo e na madrugada de segunda-feira.
AUTORIA
Ricardo Farinha frequenta o curso de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Há já alguns anos que se deixou encantar pela Informação e Comunicação. Além de estar noutros núcleos escsianos, está envolvido em vários projetos jornalísticos, sobretudo na área da música.