Frida Kahlo: A vida de um ícone chega a Lisboa
Esta nova exposição em Lisboa foca-se na vida fascinante da artista Frida Kahlo. Desfruta desta experiência no Reservatório da Mãe D’Água das Amoreiras.
As portas abriram-se dia 27 de outubro e assim prometem ficar até fevereiro. As sessões contam com vários horários disponíveis entre as 16h30 e as 20h30. Os bilhetes podem ser adquiridos a partir dos 9€ através da app ou website da Fever. A entrada fica próxima da estação de metro do Rato.
A artista mexicana Frida Kahlo é um grande ícone até aos dias de hoje. Na cultura popular, basta um esboço da monocelha e uma coroa de flores para ser identificável.
Lisboa presta esta homenagem com o objetivo de se focar não nas obras mas sim nas experiências de vida da artista que a levaram a tornar-se no ícone que é.
Esta exibição tem um visual único. Consiste numa criação multimédia de imersão total na vida de Frida, baseada na cultura que a criou, nos seus amores e paixões, nas tragédias e adversidades por que passou e na sua chegada à fama.
O edifício histórico está equipado com um elevador de escadas de tração, o que o torna apto para pessoas que, assim como a artista, se deslocam em cadeiras de rodas. A exibição é ideal para todas as idades. Não é recomendável para pessoas com epilepsia.
“Pinto-me a mim própria, porque sou quem conheço melhor. Nunca pinto sonhos ou pesadelos. Pinto a minha própria realidade.”
Frida Khalo
Magdalena Carmen Frida Kahlo nasceu a 6 de julho de 1907, em Coyoacán. Gostaria de dizer que nasceu em 1910, pois foi nesse ano que começou a Revolução Mexicana e Frida era a revolução.
Os símbolos da cultura mexicana estão fortemente presentes ao longo da exposição, desde objetos e roupas típicas à música ambiente que envolve o espaço.
A exibição inclui uma experiência de realidade virtual. Ao colocar o equipamento, a música La Llorona de Chavela Vargas é tudo o que se ouve. Quando a música termina, o cenário transforma-se no quarto de Frida. A cama, a mesa, as decorações do quarto: tudo transmite a vibrante personalidade da artista.
Frida Kahlo não tinha medo de ir contra os padrões. Era uma rebelde de coração. Vivia sempre nos limites , passando do colorido ao negro, da alegria à profunda tristeza, do canto ao silêncio.
É na adolescência que Frida sofre a maior tragédia da sua vida, porém, com ela, vem também o começo do seu maior legado: a arte.
Em 1925, um elétrico embateu contra o autocarro em que Frida seguia. As consequências foram desastrosas. Passou mais de um ano deitada numa cama e nunca recuperou totalmente. No entanto, a artista nunca pintou este momento, que mudou a sua vida. Afirma que não o podia reduzir a uma única imagem.
A criação multimédia do acidente é de uma profunda sensibilidade e pormenor. Os adereços, os vidros estilhaçados e os movimentos lentos do vídeo contribuem para uma forte imagem.
Depois do ocorrido, a artista tinha duas opções: deixar-se cair no abismo ou revoltar-se. Escolheu a segunda e fê-lo através da arte.
Frida Kahlo era toda ela uma grande inovação. O seu estilo, a sua personalidade e o seu modo de ver o mundo não eram banais. Tinha uma imagem única que se baseava principalmente em transmitir o orgulho nas suas raízes, a sua autoconfiança e a alegria de viver.
O caráter de Frida é destacado nesta exibição de outras formas. Exemplo disso é uma projeção mágica que engloba totalmente o Reservatório da Mãe d’Água e mesmo uma cabine de fotografias (que promete uma foto especial).
Dizer que a viagem imersiva é criativa seria um eufemismo. É original, variada e extremamente interessante. A não perder.
Fonte da capa: Catarina Vozone
Artigo revisto por Beatriz Morgado
AUTORIA
Uma vida sem arte e literatura seria impensável para Catarina. A aspirante a jornalista vê na ESCS Magazine a oportunidade perfeita para ouvir novas histórias e conhecer diferentes perspetivas. É sonhadora por natureza, mente aberta por convicção, e encontra-se atualmente a fazer de tudo para não acabar num trabalho de escritório.