Cinema e Televisão

Fúria, é o que sinto deste filme

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SPOILERS!!!

Não tinha muito interesse em ver este filme, confesso. Vi o trailer e fiquei com um simples pensamento em seguida: “Um filme de guerra com o Brad Pitt, meh”. E a reacção, em geral, das pessoas com quem falava sobre o filme também girava sempre à volta disto, do desinteresse. Mas todas as expectativas foram obliteradas aquando a visualização do filme. A temática é encarada de uma forma séria e honesta. No final, ficamos a pensar com afinco não só na II Guerra Mundial, mas na “guerra”!

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É um filme pesado por ser muito frontal, especialmente na cena em que Wardaddy (Brad Pitt) obriga Norman (Logan Lerman) a matar um soldado alemão até ao ponto de o agarrar, pôr-lhe uma arma na mão e força-lo a puxar o gatilho. Outra parte de que gostei imenso foi quando estas duas últimas personagens entram num apartamento de uma vila alemã que tinham acabado de ocupar, casa de duas locais. Até os militares norte-americanos saírem, e pouco tempo depois de o prédio ser atingido por um qualquer tipo de míssil/bomba (não explicam e eu não sou militar para saber), é uma montanha-russa de emoções com a tensão a sentir-se do nosso lado do ecrã. Desde a invasão do apartamento, com Irma, a prima da (presumível) dona da casa, a esconder-se com medo até ao gigante alívio que se sente quando as alemãs se apercebem de que os americanos só querem descansar um pouco, após terem “limpado” a vila de nazis e a mesma prima “consumar” a amizade com a personagem de Lerman.

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A tensão reaparece quando os restantes camaradas do tanque “Fury” entram e exigem uma refeição, insinuando querer partilhar Irma (Alicia von Rittberg) com Norman, deixando-os com um desconforto contagiante. A cena continua com a “praxe” da jovem e a explicitação da embriaguez de Grady (Jon Bernthal). Quando os cinco militares abandonam o apartamento, este é atingido por um míssil (digo eu) e assistimos ao desespero de Norman ao desenterrar e observar o cadáver de Irma. Mais uma vez, o filme atinge-nos com a realidade da morte na guerra de uma forma bastante agressiva.

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Para além de toda esta tristeza e desespero, há um aspecto que pode causar alguma piada. Quando vemos um disparo, quer seja de tanque ou metralhadora ou de qualquer outra arma de fogo, este é verde, se for dos Aliados, ou vermelho, caso seja um tiro Nazi. Qualquer um dos dois tem cauda, qual cometa, o que deixa a audiência a pensar: “É laser?”. Destoa um pouco do resto, mas “ao princípio estranha-se, depois entranha-se” (surpreendentemente).

CONCLUSÃO: Gostei bastante, se bem que percebo quem diga que não gosta. Tem de “se entrar na cena”. Disse que era frontal e honesto e sim, é, mas é muito Hollywood/blockbuster. Se é para se ver um filme com os amigos e descontrair, esta não é a escolha certa.