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‘I Am Not Okay With This’: o nome diz tudo

Fonte: valkirias.com.br

Foi no dia 26 de fevereiro que I Am Not Okay With This estreou na Netflix. Decidi ver esta série não por ter ficado aliciada pelo trailer, não por me parecer imperdível ou diferente de todas as outras, mas sim pela sua dimensão. São apenas sete episódios que duram entre 19 a 28 minutos. Em menos de três horas conseguimos afirmar que vimos a série inteira, mas será que esse tempo foi bem investido?

            I Am Not Okay With This foi desenvolvida pelo realizador de The End Of The Fucking World e pelos produtores de Stranger Things. As semelhanças a estas duas séries são óbvias, quer pela fotografia, quer pelo elenco jovem, ou até mesmo pelo enredo. Gosto bastante de Stranger Things, mas TEOTFW não é bem o meu género. Infelizmente, penso que I Am Not Okay With This tem mais que ver com a segunda.

            A frame inicial do trailerremete-nos para Carrie (1976). Depois, percebemos que se trata da personagem principal – Sydney Novak –, que tem dificuldades em controlar a raiva. É Sophia Lillis, de 18 anos, quem a retrata e é de It (2017) que a reconhecemos (enquanto Beverly Marsh). Do mesmo filme lembramo-nos de Wyatt Oleff, 16, que na película de terror era Stanley Uris e na série de comédia é Stanley Barber, o típico miúdo estranho e alternativo. Além da dupla, temos a melhor amiga betinha (Dina, por Sofia Bryant), que anda envolvida com o garanhão popular da escola (Bradley, por Richard Ellis).

Da esquerda para a direita, temos Sydney Novak (interpretada por Sophia Lillis), Stanley Barber (por Wyatt Oleff), Bradley (por Richard Ellis) e Dina (por Sofia Bryant). 
Fonte: oxigenio.fm

A descrição das personagens não deixa margem para curiosidade. Por serem tão comuns, acabam por dificultar a existência de um enredo de jeito – que, a meu ver, também não existe. Sydney é a adolescente diferentona e revoltada com o mundo. Os seus daddy issues fazem com que comece a ser acompanhada pela psicóloga da escola, mas a série não dá qualquer importância a este aspeto. É aconselhada a começar a expressar os seus sentimentos num diário, algo que acaba por fazer, contrariada, mas este, mais uma vez, é um detalhe menosprezado.

            Os seus ataques de raiva fazem-na perder o controlo – algo normal, tendo em conta que tem poderes telecinéticos. Não, não estou a inventar. É o dia a dia de uma rapariga na puberdade que se sente incompreendida e que tem de guardar o segredo de ter super poderes, com todos os dramas, paixonetas e first world problems que daqui advêm.

            Esta série não traz nada de novo. É uma desilusão ainda maior sabendo que se trata de uma produção da Netflix, que raramente erra. Sei que tem recebido críticas positivas, mas, por mais que tente, não consigo perceber no que se baseiam. Deste modo, apenas vos recomendo esta série se não tiverem mais nada para ver, se apenas quiserem estar entretidos durante umas horas ou se quiserem estar a par das novidades da plataforma de streaming para poderem participar naquele debate entre amigos.

            Tal como o nome da série indica, I Am Not Okay With This. Não merece a hype que teve, não tem ponta por onde se lhe pegue, tem uma história enfadonha e personagens desinteressantes e cliché. É de perder a cabeça (esta só vão entender se decidirem ver a série).

AUTORIA

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Depois de integrar a maioria das secções da revista, a Mariana ficou encarregue de incumbir esta paixão aos restantes membros. O gosto pela escrita esteve desde sempre presente no seu percurso e a licenciatura em Jornalismo veio exacerbar isso mesmo. Enquanto descobre aquilo que quer para o futuro, vai experimentando de tudo um pouco.