Inferno – Uma viagem pelo mundo da Arte
Acabou de estrear nas salas de cinema mais uma adaptação dos livros de Dan Brown. Depois de O Código Da Vinci e Anjos e Demónios, Ron Howard decide saltar O Símbolo Perdido e escolhe adaptar a mais recente obra do autor, Inferno.
Depois do sucesso dos primeiros filmes, esperava-se que este tivesse o mesmo impacto. Mas talvez a época tenha mudado e os gostos já não sejam os mesmos: passaram-se sete anos desde a estreia de Anjos e Demónios, muitos super-heróis apareceram pelo meio e talvez o interesse por enigmas já não esteja tão aceso entre os espectadores. Talvez o professor Robert Langdon já não cative com os seus mistérios.
O filme conta mais uma aventura do professor de Cambridge Robert Langdon. Desta vez em Florença, Itália. Acorda no hospital sem memória daquilo que se havia passado nas últimas 48 horas e, sem estar recuperado do traumatismo craniano, é atacado por uma mulher e tem de fugir do hospital. É ajudado por uma médica, Sienna, que já conhece o professor e todo o seu trabalho académico. Juntos tentam descobrir por que é que o professor está a ser perseguido e a partir daqui começa todo um desenrolar de mistérios e peripécias, com a cidade de Florença como pano de fundo e Dante e a Divina Comédia na origem dos enigmas, com destaque para a primeira parte do poema, Inferno.
Há que destacar o desempenho do ator principal. Tom Hanks nunca desilude e este filme não é exceção. Apesar de o desenrolar da história ser um pouco previsível em algumas partes, o ator consegue interpretar o papel de forma brilhante, acrescentando profundidade ao filme. É como se a história pudesse ser banal mas não é porque Tom Hanks está lá para salvar a situação. Dá o seu toque especial ao filme e isso faz toda a diferença.
A opinião de quem não leu o livro é de que o filme está bom mas, como Inferno é uma adaptação, há que ter em conta a opinião dos leitores e seguidores das obras de Dan Brown; estes dizem que o filme não está nada parecido com o livro: dizem que há personagens no filme que não existem no livro e que há personagens com o mesmo papel mas que estão muito mudadas. Mas que, apesar disto, o final cumpre as expetativas. Gabriela Luís é uma leitora assídua dos livros de Dan Brown e marcou presença na antestreia do filme: “O final do filme não coincide com o do livro, tal como algumas personagens. Apesar destas mudanças, a adaptação até está boa. É sólida e o enredo prende-nos ao ecrâ. E mais importante – os leitores não ficarão desiludidos com desfecho.”
Esta opinião um pouco dividida é partilhada pela maior parte dos amantes da leitura quando veem as suas obras favoritas serem adaptadas para cinema. Por isso, podemos associar este filme de Ron Howard a uma refeição insossa: não é mau mas podia ser melhor.