Editorias, Opinião

Uma pitada de “Trump”

Nos EUA a ansiedade relativamente ao dia 8 de novembro é cada vez maior, isto porque as eleições presidenciais americanas não têm deixado ninguém indiferente. Já pouco falta para as eleições e apenas dois candidatos aguentaram toda a pressão existente para puderem agradar, não o povo americano, mas sim todos os seus interesses e “angariar” dinheiro para os seus bolsos cheios de milhões.

Quer isto dizer que, provavelmente, a motivação destes dois candidatos, ou pelo menos de Donald Trump, é encher o povo de ilusão. As polémicas “trumpianas” têm avançado a um ritmo alucinante e, semana após semana, conseguem denegrir a imagem de Trump e da sua própria campanha, virando o feitiço contra o feiticeiro.

A verdade é que, de “Trumper em Trumper”, a desgraça se espalha pelas bocas do mundo, uma vez que os apoiantes deste mesmo candidato conseguem ser tão cínicos ou piores através de ideologias insensatas e sem poder crítico, descendo a níveis tão negativos que conseguiram chegar ao núcleo da Terra por descerem tão mas tão “baixo” através das suas atitudes.

Era inimaginável olhar para os EUA de uma forma tão xenófoba, preconceituosa e racista. Apesar de sempre terem tido um olhar mais impiedoso sobre todas as etnias e religiões existentes no mundo, não seria de esperar uma mudança de mentalidades?

Como é que um único homem, ao qual podemos comparar Hitler, Mussolini, Estaline, ou outros chefes de estado nazistas/fascistas, consegue movimentar uma multidão numa sociedade dita civilizada?

Pedir aos doentes terminais para aguardarem até às eleições para votarem nele e depois podem falecer em paz ou falar das mulheres como se de marionetas se tratassem ou ainda falar de todas as outras etnias como lixo tóxico para os americanos?

John F. Kennedy foi assassinado com menos razões aparentes do que um candidato tão polémico e preconceituoso. Na minha opinião, penso que Trump não irá sobreviver por muito tempo no cargo de presidente dos Estados Unidos da América, sendo este um país em que 12,5% da população é de etnia hispânica, 12,3% de etnia afro-americana e 3,6% de etnia asiática.

O Sr. Donald Trump conseguiu passar de candidato às presidenciais a jardineiro de “desilusões”, e aquilo que ele tem semeado nestes meses será o reflexo de todo um conjunto de consequências que poderão ocorrer num futuro próximo e não haverá buraco que o salve.

A sociedade, com principal foco nos EUA, deveria de evoluir progressivamente e não o contrário, ou seja, melhoram em termos tecnológicos, em termos de saúde e depois permitem que uma pessoa influencie tantas outras a ter atitudes retrógradas relativamente aos nossos valores sociais?

Apesar de ser muito improvável que haja um Trump a governar, o melhor, no meu ponto de vista, é começarmos a mudar… a mudar mentalidades, a mudar atitudes, a mudar a forma como tratamos outras etnias porque a única raça que existe no mundo é a raça humana. Aquilo que nós fizermos/decidirmos hoje irá refletir-se no dia de amanhã, por isso não vale a pena tornar a nossa vida numa espécie de “trump”.

O Pedro Almeida escreve com o Novo Acordo Ortográfico

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