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Irão recusa negociar com os Estados Unidos

O Irão rejeitou qualquer tentativa de negociação até os Estados Unidos mudarem o seu comportamento. Esta foi a resposta do país à sugestão do secretário de Estado norte-americano de abrir o diálogo entre ambos os países. Em comunicado, Teerão acusou Washington de mascarar as suas intenções com “jogos de palavras”.

O Irão recusa negociar com os Estados Unidos até que haja uma mudança de comportamento por parte de Washington. Teerão acusou também os Estados Unidos de encobrirem as suas verdadeiras intenções. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano explicou, em comunicado, que “a República Islâmica do Irão não tem em conta jogos de palavras e a utilização de uma nova linguagem para esconder objetivos”.

Mike Pompeo encontrou-se, no domingo, com o primeiro-ministro suíço, Ignazio Cassis, em Bellinzona, na Suíça, onde propôs abrir o diálogo entre os dois países. O secretário de Estado norte-americano sugeriu dialogar com o Irão “sem condições pré-estabelecidas”.

Em 2018, Mike Pompeo impôs uma dúzia de condições para um acordo entre o Irão e os Estados Unidos. As mesmas serviam para restringir o programa nuclear e atividades do governo iraniano. Nesta visita à Suíça, que serve de intermediária entre os dois países já que estes não têm relações diplomáticas, sugeriu não impor condições, mas negociá-las.

Mesmo assim, esclareceu que os EUA não vão levantar as sanções económicas que têm vindo a aplicar ao Irão. Segundo Pompeo, Washington vai também continuar a exercer pressão máxima sobre o país de forma a “parar radicalmente as atividades destrutivas e a força revolucionária da República Islâmica”.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano criticou também esta decisão dos Estados Unidos. “A ênfase dada por Pompeo à continuação de uma campanha de pressão máxima sobre o Irão indica que Washington está a adotar a mesma abordagem errada do passado, que deve ser retificada”, afirmou Abbas Mousavi, em comunicado. O governo do Irão também considera inadmissíveis quaisquer condições para um acordo impostas pelos Estados Unidos.

A tensão entre Washington e Teerão tem vindo a aumentar desde que os Estados Unidos abandonaram, em maio de 2018, o Plano Conjunto de Ação assinado em 2015. O acordo limita a produção de armas nucleares por parte do Irão e foi assinado pelos EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e a Alemanha.

A República Islâmica do Irão aceitou as condições em troca de não serem impostas sanções internacionais. Os Estados Unidos desistiram do acordo, acusando o Irão de incumprimento. Desde aí, Washington tem vindo a impor várias sanções ao governo iraniano.

Artigo revisto por: Andreia Jesus