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Jornalistas angolanos afirmam que notícias falsas podem ser prevenidas

Órgãos de comunicação social angolanos defendem que as notícias falsas podem ser prevenidas. Em declarações à Lusa, os profissionais de comunicação social salientam que há vários mecanismos que podem ser utilizados para evitar a propagação de “fake news”. As redações e também a sociedade devem ter cuidados redobrados para enfrentar este problema.

Jornalistas angolanos consideram que as notícias falsas podem ser “acauteladas”. Fernanda Manuel, diretora adjunta de informação da Televisão Pública de Angola (TPA), em declarações à Agência Lusa, admitiu que as notícias falsas são um problema complexo, mas podem ser prevenidas com uma contínua verificação da informação.

“Na ânsia de publicar as informações primeiro podemos cometer erros”, explicou Fernanda Manuel. Os órgãos de comunicação social devem ter a preocupação de verificar os factos antes de publicar uma notícia, segundo a diretora adjunta de informação da TPA.

“Há todo um cuidado que tem de haver em verificar tudo o que nos chega. Aqui, na TPA, nós, direção de informação, temos todo um cuidado para evitar lançar para o ar notícias que depois não são verdadeiras”, explicou à Lusa.

Fernanda Manuel salienta que há mecanismos que devem ser utilizados para evitar publicar informações falsas e a sociedade deve também ter “o cuidado e a capacidade de filtrar” as notícias.

O chefe de redação da rádio Luanda Antena Comercial (LAC), Pedro Fernandes, defende uma legislação para prevenir as notícias falsas. “É uma matéria que está aí, que temos de lidar com ela. Sei que, em Angola, já há casos desses. Penso que deverá ser produzida matéria legislativa para acautelar que muitos de nós incorram na divulgação das ‘fakenews'”.

Na redação da LAC, segundo Pedro Fernandes, o cruzamento de fontes é essencial para apresentar uma notícia devidamente fundamentada e evitar a descredibilização.  O chefe de redação salienta que, com a aceleração da informação, os jornalistas devem ter cuidado ao elaborar as notícias. “Temos de procurar que essa informação seja devidamente fundamentada de forma a que a notícia seja fundamentada”, explicou à Lusa.

Em fevereiro, o presidente do Sindicado dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, alertou para o problema das “fake news” em Angola. Explicou, também em declarações à Lusa, que muitos jornalistas publicam notícias com informações retiradas das redes sociais, sem verificação ou confirmação das mesmas. “Este é um dos maiores pecados que temos estado a observar na comunicação social [angolana]”.

Artigo revisto por: Andreia Jesus