La La Land (2016)
Sejamos francos: La La Land é a mais recente coqueluche de Hollywood. Em duzentas e vinte nomeações, o filme arrecadou mais de cento e oitenta. É recordista nos Globos de Ouro com sete prémios ganhos, e, só nos prémios da Academia, os mais ambicionados no mundo da 7ª arte, venceu em seis das 14 categorias para as quais esteve nomeado. E o coração das pessoas, esse, foi conquistado instantaneamente. Ou talvez não.
Os dez primeiros minutos do filme são uma autêntica prova de fogo. Para aqueles que sentirem um nó na garganta, aguentem porque vale a pena.
La La Land narra a história de amor entre Mia (interpretada por Emma Stone), uma aspirante a atriz, e Sebastian (Ryan Gosling), um pianista de jazz, que se conhecem em Los Angeles. A narrativa desdobra-se em quatro partes, correspondentes às estações do ano. Na primavera, tudo floresce, tal como o amor entre Mia e Sebastian. O verão, associamo-lo ao calor – momento em que a relação dos protagonistas está mais acesa. E a partir do outono, época em que as folhas caem, é quando o sentimento começa a desvanecer. Podem imaginar o que se sucede durante o inverno…
Mas não é por isso que o filme perde a sua graça. A beleza de La La Land reside na lição de moral com que nos brinda, na espécie de “balde de água fria” que todos, sem exceção, levamos, e nas reflexões que, involuntariamente, quase nos tiram o sono.
Na história, Mia e Sebastian enfrentam o mesmo dilema: escolher entre as suas aspirações profissionais e uma vida feliz a dois. E é precisamente na decisão de cada um deles que o espetador devaneia incessantemente. Porque quando fechamos uma porta, fechamo-la para sempre…
Narrativa à parte, a genialidade de Damien Chazelle está presente ao longo de todo o filme: na cinematografia, com uma autêntico ode à Broadway e aos filmes musicais, sem descurar no ambiente dos anos 50 e 60; nas interpretações, com Emma Stone e Ryan Gosling numa química inegável; na banda sonora, com as deliciosas melodias de Justin Hurwitz.
É, sem dúvida, uma montanha-russa de emoções que ninguém deve perder.