Informação

Marcelo concorda com auditoria ao Novo Banco

O presidente da república apoiou, este domingo, o pedido de auditoria anunciado pelo governo às contas do Novo Banco. Nas comemorações dos 216 anos do Colégio Militar, em Lisboa, Marcelo disse que é preciso “saber concretamente qual é o destino do dinheiro dos contribuintes”.

“Eu penso que aquilo que foi pedido pelo senhor ministro das Finanças foi bem pedido, uma auditoria. Os portugueses têm o direito de saber o que se passou desde que foi determinada a resolução, já lá vão muitos anos, com sucessivas gestões e saber concretamente qual o destino do dinheiro dos contribuintes. Esse esclarecimento é importante”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Ao ser questionado se considera preocupante que os portugueses continuem a ter de injetar dinheiro nos bancos, o chefe de Estado reiterou: “É fundamental apurar para que isso não continue a acontecer”.

Na sexta-feira, o Novo Banco anunciou que vai pedir uma injeção de capital no valor de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução. O Ministério das Finanças “considera indispensável” a realização de uma auditoria para escrutinar o processo de capitalização deste banco.

O Novo Banco já tinha recebido uma injeção de capital de 792 milhões de euros do Fundo de Resolução, no ano passado, para fazer face a perdas de 2017. Ao confirmar-se o valor pedido agora, as injeções públicas ficarão em mais de 1.900 milhões de euros.

O Novo Banco ficou com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES) – resgatado no verão de 2014 – e é, atualmente, detido em 75% pelo fundo norte-americano Lone Star, sendo os restantes 25% propriedade do Fundo de Resolução bancário (entidade da esfera pública gerida pelo Banco de Portugal).

A Lone Star não pagou qualquer preço, tendo injetado 1.000 milhões de euros no Novo Banco. Está previsto que o Fundo de Resolução injete até 3,89 mil milhões de euros no banco por perdas que se venham a registar.

Em 2018, Novo Banco registou perdas na ordem dos 1.412 milhões de euros.

fotografia: Estela Silva / Lusa

fotografia: Rafael Marchante / REUTERS

Artigo revisto por: Mariana Coelho