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Marcelo Rebelo de Sousa recorda Agustina Bessa Luís como “um génio que soube retratar as mudanças de Portugal

O presidente da república assistiu hoje, na Sé Catedral do Porto, às cerimónias fúnebres da escritora Agustina Bessa Luís, que morreu na segunda-feira.

Fonte: César Santos/Global Imagens

“No campo literário, ela fez tudo. Fez romance excecional, fez biografia, fez teatro, fez crónica, fez tudo. Aquilo que fica em termos de génio é ter sabido retratar, por dentro essa mudança de Portugal, que não era apenas falar de como as pessoas eram, era falar de como a natureza humana é sempre”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionado sobre se deseja ver Agustina Bessa-Luís no Panteão Nacional, o presidente da república disse que esta é “uma decisão que depende da família, dos deputados” e perguntou: “Como é que Agustina gostaria que fosse?”. “Neste momento estamos a prestar-lhe homenagem e ela está no Panteão do coração de todos os portugueses”, afirmou.

A escritora morreu na manhã de segunda-feira, aos 96 anos, na sua casa no Porto, embora já estivesse afastada da vida pública, desde 2006, por motivos de saúde. Nasceu em 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, concelho de Amarante, onde viveu a infância e adolescência, o que veio a influenciar fortemente a sua obra.

Estreou-se como romancista em 1948, com a novela Mundo Fechado​, mas é em 1954, com o romance “A Sibila” que Agustina Bessa Luís se notabilizou como uma das escritoras mais importantes da ficção contemporânea portuguesa. A obra valeu-lhe os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz.

Em 2014, a escritora foi distinguida com o Prémio Camões, que é considerado o mais alto galardão da literatura em português.

Revisto por Catarina Santos