Cinema e Televisão

Milagre na Cela 7: o verdadeiro milagre é não chorar

Fonte: tv7dias

As redes sociais estão a transbordar com publicações relativas a este filme. “Mas o que raio é o Milagre na Cela 7 e porque é que estão todos a chorar por causa disso?” é a pergunta que colocamos depois de nos cruzarmos com estas palavras inúmeras vezes durante o scroll. Podemos seguir três caminhos: ignorar e não ver o filme, porque não gostamos do que se torna popular; ver, porque estamos a morrer de curiosidade e até parece interessante; ou ver e desafiar-nos a nós próprios a não chorar. Spoiler: dificilmente ganhamos.

Milagre na Cela 7 está, de momento (7 de abril), no segundo lugar do top de conteúdos da Netflix mais vistos em Portugal, perdendo apenas para a nova temporada de La Casa de Papel. Mais tarde ou mais cedo, os internautas cedem à pressão social. Ninguém se quer sentir excluído da discussão. Além disto, precisamos de nos manter entretidos durante a quarentena. No meio da indecisão acerca do que ver torna-se mais fácil optar por aquilo que está em altas.

Trata-se do filme turco mais visto no país em 2019. É, na verdade, um remake de um filme sul-coreano de 2013. Realizado por Mehmet Ada Öztekin, explora a pena de morte na Turquia. As personagens principais são Memo (Aras Bulut Iynemli) e Ova (Nisa Sofiya Aksongur). Pai e filha lutam contra as adversidades com que são confrontados, como a pobreza e o atraso cognitivo de Memo.

Fonte: tribunapr.com.br

No geral, é um drama cujo objetivo claro é levar-nos às lágrimas. Desde o início que sentimos pena e angústia, que vão evoluindo para tristeza e raiva. A banda sonora não ajuda, nem o facto de haver vários acontecimentos menos bons. O filme é, de certa forma, previsível. No entanto, conseguir adivinhar o que vai acontecer não impede que derramemos lágrimas. Pelo menos falo por mim.

Há quem consiga gabar-se de não ter vacilado. No meu caso, ainda nem 20 minutos depois já eu tinha deitado a toalha ao chão. Choro facilmente com filmes, confesso, mas este foi um verdadeiro teste ao meu armazenamento de água no organismo. Mesmo depois de todos os avisos, não tive o cuidado de ter à minha disposição um pacote de lenços. Às tantas já nem via o ecrã e a minha dor de cabeça não colaborava.

            O bem e o mal disputam ao longo do filme (trailer) para ver qual prevalece. Rapidamente criamos empatia com as personagens e sofremos as injustiças com que lidam como se estivéssemos na sua pele. Às tantas, perdemos mesmo a esperança de obter um final feliz – final este que muitos turcos não atingiram, tendo sido, em vez disso, enforcados pela justiça.

Artigo corrigido por Adriana Alves

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