Nasceu para ser imortal
Lewis Carl Davidson Hamilton nasceu a 7 de janeiro de 1985 em Stevenage. Oriundo de famílias humildes, o seu pai, Anthony Hamilton, investiu tudo o que tinha para que o filho tivesse uma carreira. Em criança começou a competir nos karts e aos 13 anos integrou o programa de jovens pilotos da McLaren. Depois de correr em escalões inferiores, chegou à Fórmula 1 aos 22 anos, em 2007, para competir pela McLaren, que foi a sua equipa até 2012. No ano seguinte passou a fazer parte da Mercedes até aos dias de hoje.
Até ao momento soma 103 vitórias em toda a sua carreira. Ultrapassou Michael Schumacher e acumula, em 2022, mais vitórias que os restantes noventa pilotos em conjunto. Já foi campeão mundial sete vezes e é um dos maiores pilotos de todos os tempos.
Em 2020 foi referenciado pela Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Em 2021 recebeu o título de Cavaleiro da Ordem do Império Britânico. Em 2022 foi homenageado na Câmara dos Deputados no Brasil com o título de cidadão honorário brasileiro.
Tornou-se o primeiro – e único até agora – negro a competir em Fórmula 1 e é um dos desportistas mais bem-sucedidos da história.
Apesar de tudo isto, Sir Lewis Hamilton é muito mais do que um piloto.
Ativista
É um dos desportistas mais conscientes da visibilidade que tem e utiliza-a em prol de causas nobres. Desde sempre teve de lidar com o facto de ser o único negro em pista, por isso criou, mais tarde, a The Hamilton Commission com o objetivo de estimular tanto o recrutamento como a progressão de pessoas negras no automobilismo. Apesar de a luta contra o racismo ser uma constante na sua vida, ganhou uma outra dimensão aquando do movimento Black Lives Matter. O britânico levou o tema para dentro da Fórmula 1 e liderou um protesto com os restantes pilotos, onde pediam o fim do racismo. Ao contrário do que muitos veteranos da modalidade pensam – que o piloto se deve cingir ao seu trabalho dentro de pista – Lewis Hamilton mostra-se cada vez mais ativo nas lutas que procura travar.
Além de se manifestar contra a discriminação racial, posiciona-se, entre tantas outras, a favor da causa animal e ambiental bem como da igualdade de género. O heptacampeão do mundo é um apoiante constante da W Series (campeonato de fórmula exclusivo para mulheres), chegando a manifestar, no último ano, o desagrado pelo facto de este campeonato ter terminado mais cedo devido a problemas financeiros, acusando a F1 de que poderia ter feito muito mais para valorizar esta liga.
Hamilton é também vegan e criou a Neat Burguer, uma rede de fast food 100% vegan, que agora se estende para os EUA com o seu novo sócio, Leonardo DiCaprio. Mostra que é possível um piloto de alto rendimento ter um estilo de vida amigo do ambiente sem que isso afete negativamente a sua performance desportiva, provando até o contrário uma vez que ganhou cincos campeonatos mundiais desde então.
Fashion Icon
Também na moda tem sido um figura de destaque atraindo para o paddock o olhar dos seus admiradores, nem todos da modalidade, que o veem como um Fashion Icon. Tem tido uma expressão cada vez mais relevante na moda mundial. Com a explosão da streetwear nos últimos anos, tem desenvolvido a sua própria identidade, transportando para os looks toda a sua irreverência. Tem sido uma presença assídua, quer em semanas da moda, quer em eventos como a MET Gala, onde é uma das atrações. Em 2021, nesse mesmo evento, fez questão de convidar jovens designers como forma de dar visibilidade a estilistas negros. É, várias vezes, convidado para campanhas fotográficas bem como para capas de revistas internacionais, como a Vanity Fair.
A próxima temporada de Fórmula 1 avizinha-se desafiante para Lewis Hamilton, uma vez que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) proibiu qualquer piloto de fazer comentários políticos sem o seu consentimento e autorização. Com o objetivo de que sejam mais neutros, os desportistas também não podem fazer declarações pessoais ou religiosas. Caso contrário, poderão ser multados ou até impedidos de participar num Grande Prémio.
Contudo, o britânico já se pronunciou sobre esta nova regulamentação e deixou bem claro que não mudará de atitude: “Se não posso defender os direitos humanos e não poderei continuar com aquilo que tenho vindo a fazer durante estes anos, prefiro não correr mais.”
Fonte da capa: Motosport
Artigo revisto por Beatriz Cardoso
AUTORIA
A paixão pelo desporto foi o que a fez querer escrever para a Magazine. Encontra no desporto, tal como na música, a maior forma de liberdade e aprendizagem. Só precisa de um bom concerto e um bom jogo de futebol para ser a pessoa mais feliz do mundo. Considera-se uma pessoa justa e por isso a imparcialidade estará presente em cada um dos seus artigos.