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Nove dicas para passares a todas as cadeiras

Estás com problemas em passar a todas as cadeiras? Apesar de todos os esforços que fazes, não consegues evitar uma ida ao recurso? Sentes que não estás a dar conta do recado? Então este artigo é para ti!
Não quero colocar-me num pedestal acima de todos os outros alunos, mas a verdade é que já vou a meio do meu segundo ano da licenciatura e ainda não deixei nenhuma cadeira por fazer (situação que poderá alterar-se a qualquer instante).
No entanto, acho que este facto me atribui o mínimo de credibilidade para vos poder auxiliar.
Assim sendo, decidi partilhar algumas das estratégias a que eu mais recorro para garantir o meu sucesso académico (ou pelo menos para evitar o recurso, que é sempre o principal objetivo).

1 – Faltas
Em primeiro lugar, tenho de falar sobre as faltas. Como um grande catedrático qualquer uma vez disse: “As faltas são para serem dadas”. E eu não podia estar mais de acordo com este mote.
Porém, é necessário saber fazer uma gestão das faltas. Economizá-las e distribuí-las minuciosamente pelo semestre.
Não cometam o erro de faltar nas primeiras semanas porque:

  1. São as aulas mais curtas. A maioria dos professores apenas faz uma introdução da sua pessoa e apresenta, em traços gerais, a existência da cadeira que vai lecionar, e muitas das vezes não consegue encher os noventa minutos da aula com essas informações.
  2. A matéria é bem mais tolerável. A maiorias das cadeiras começa com termos genéricos e fáceis de compreender, o que acaba por tornar as aulas bem mais leves e rápidas.
  3. Ainda estamos todos a ser regidos pela premissa do: “é este semestre que me vou empenhar e ir às aulas todas!”. E, portanto, acho oportuno que aproveitem esse balanço emocional e compareçam nas primeiras aulas, antes que toda essa ilusão acabe e a premissa vá pelo cano abaixo.

Verão que as faltas que pouparam nestes primeiros dias serão depois essenciais numa fase mais tardia do semestre: “Vou faltar às aulas na sexta para poder ir sair hoje. Mas, em contrapartida, para a semana vou às aulas todas.”
Sejam inteligentes e organizados na distribuição das faltas e elas não serão uma ameaça para o vosso sucesso na cadeira.

Nota:
– Esta estratégia só se aplica às aulas de presença obrigatória, obviamente.

2 – Contactos
Antes de começarem qualquer cadeira, procurem informar-se sobre o que vos espera. Tentem descobrir mais sobre o professor, a sua forma de dar aulas, o tipo de relação que tem com os seus alunos e, de forma geral, saber que desafios aquela cadeira vos vai trazer.
Este procedimento vai permitir que consigam formar uma noção sobre a cadeira e começar a formatar estratégias para terem o melhor sucesso na mesma.
É neste campo que os padrinhos/madrinhas, para quem os tem, se podem revelar essenciais. Para aqueles que não fazem parte da praxe: não se preocupem, pois terão certamente oportunidades para conhecer alunos de outros anos, que vos possam passar essas informações úteis.
E, claro, quando chegar a tua vez e deixares de ser caloiro, também terás de ter a responsabilidade e a disponibilidade para ajudar a nova geração de pupilos que aí vem.

3 – Relações com os professores
Depois de já saberem que professor vos espera, procurem promover o ambiente propício para o desenvolvimento de uma relação saudável e sem percalços. Ou seja, não deem motivos aos professores para vos porem na lista negra. Se lá forem parar, só tenho duas palavras: boa sorte.
Sei que é suposto eu dizer que deviam estar sempre muito atentos a cada palavra que o professor diz, mas todos sabemos que isso é extremamente complicado.
O melhor conselho que vos posso dar é: mantenham uma postura profissional na sala de aula. Ou seja, tentem ser corretos. Não estejam na sala de aula com aquela postura de “peso morto”. Se não conseguem acompanhar tudo o que professor diz, procurem fazer intervalos entre o “prestar atenção à aula” e o “divagar e ficar nos próprios pensamentos”. Mais vale estarem distraídos e perdidos na vossa mente, do que estarem a perturbar a aula.
Não tenham medo ou receio de colocar dúvidas, sempre que as tiverem. Os professores adoram que os alunos participem e mostrem o mínimo de interesse nas suas aulas. Se se lembrarem de algum exemplo que ilustre bem algo que o professor está a explicar, não percam a oportunidade de ganhar alguns pontos.
Em poucas palavras, certifiquem-se de que os professores se lembrarão do vosso nome pelas melhores razões.
Se tiverem respeito e cuidado com a relação que criarem com os vossos docentes tenho a certeza que eles retribuirão.

4 – Informação
Pode parecer algo simples e irrelevante, mas pode ser algo determinante para o vosso sucesso.
Todos os professores, ao longo do semestre, dão dicas e deixam pistas daquilo que poderá eventualmente sair na frequência ou no exame. E, para apanharem todas essas dicas, nem sequer precisam de estar atentos a todos os períodos da aula. Apenas certifiquem-se de que ligam e arrebitam as vossas antenas (ouvidos) quando ouvirem as palavras: “frequência”, “exame” e/ou “teste”.
Nessa altura, meus amigos, tudo o que vier à rede é peixe. Procurem apontar tudo aquilo que o professor estiver a dizer. A data das provas, o corpo da frequência, o material necessário… TUDO. Nada deve ser excluído.
Esta tática é extremamente importante mais tarde para o vosso estudo, pois, ao saberem a estrutura do exame e o seu tipo de perguntas, conseguem organizar melhor o vosso método de estudo. Saber que perguntas saíram em exames de anos anteriores pode ajudar-vos a perceber que conteúdos são mais prováveis aparecerem no vosso exame ou frequência.

Lembrem-se: informação é sinónimo de conhecimento.

5 – Apontamentos
Este deve ser talvez o ponto mais importante de todos. Os apontamentos são tudo. São a chave, são o segredo, são o Shangri-La das cadeiras. Teres bons ou maus apontamentos podem ditar o teu sucesso (ou falta dele) numa cadeira.
E na universidade deve-se viver em comunidade. Estamos todos sujeitos às mesmas coisas, por isso faz todo o sentido que se instale o lema “o que é meu é teu”. Neste caso, “os meus apontamentos são os teus apontamentos”.
E, como todos sabemos, TODAS as turmas têm aquele/a aluno/a que tem os melhores apontamentos. Aquele aluno que tem o pacote completo: consegue prestar atenção a quase todas as aulas, tem uma grande capacidade de resumo e de captar tudo o que o professor diz, e tem uma capacidade estética incrível, que só torna os seus apontamentos ainda mais apelativos e sensuais à vista.
A melhor estratégia: alimenta essa fonte de informação. Não tenhas vergonha de pedir os apontamentos, para poderes ter um porto mais seguro quando o cerco apertar. Sabes que a tua fonte está consolidada quando recebes os apontamentos sem precisares sequer de os pedir. Se atingiste esse nível, estás de parabéns.
No entanto, não podes chegar ao ponto de não fazeres nada as aulas todas e de ficar totalmente dependente dos apontamentos dessa pessoa. Tira sempre os apontamentos que conseguires das aulas. E depois utilizas esses apontamentos extra para completar os teus.
Resumindo, se está na altura das frequências e não tens confiança nos teus apontamentos, pede. Pede apontamentos a toda a gente que conseguires: antigos alunos, alunos de outras turmas, alunos da tua turma, o Google. Usa todos os contactos que tens ao teu dispor. Recolhe o máximo de apontamentos possíveis. Depois, é fácil. Fazes uma triagem dos apontamentos e guias-te pelos mais completos.
Na minha opinião, os (bons) apontamentos são a principal chave para desbloquear qualquer cadeira.

 6 – Atividades extracurriculares
Embora seja uma área na qual eu peque um pouco (não estou envolvido em projetos suficientes), consigo reconhecer a sua importância e o seu contributo para o sucesso nas cadeiras, especialmente nas práticas.
O facto de estares envolvido em atividades extracurriculares, nomeadamente os excelentes núcleos que a nossa universidade tem à nossa disponibilidade, vai ajudar-te em dois níveis distintos:

  1. Desenvolvimento de competências: entrar e ser ativo nos núcleos da ESCS é sinónimo de experiência na tua área. E quanto mais cedo entrares melhor, pois isso significa que terás mais tempo para aprender e aperfeiçoar a tua técnica. Começas a ganhar imensa prática e depois notas toda essa experiência e todo esse conhecimento nas cadeiras que se relacionam diretamente com o núcleo no qual estás inserido. Até vai parecer que estás uns degraus acima do resto da turma, que está a ter o seu primeiro contacto com o universo que aquela cadeira introduz.
  2. Permite-te descomprimir da carga das aulas: embora a maioria dos projetos apresente alguma credibilidade profissional, a verdade é que há imenso espaço para errar, para aprender, para relaxar e, acima de tudo, para criar laços de amizade. Tira um pouco o stress que as aulas e os trabalhos te trazem, pois estarás a fazer algo que te dá um enorme gozo. E melhor do que isso é o facto de o estares a fazer com outras pessoas, que também adoram o que estão a fazer.

De forma curta, os projetos extracurriculares são um ingrediente indispensável na receita para o sucesso nas cadeiras mais práticas.

Nota:
– Claro que não são só os núcleos da ESCS que contam como atividades extracurriculares. Qualquer hobby ou atividade que te alivie o stress também tem a mesma relevância.

7 – Vida Social
E o ponto anterior remete-nos para este.
Sejamos honestos: se formos ler todas as bibliografias de todas as cadeiras, enquanto acompanhamos o ritmo das aulas e ainda cumprimos os prazos de entrega dos trabalhos, ficamos loucos ainda na segunda semana de aulas. Passamos a viver e a respirar o nosso curso.
Assim sendo, a tua vida social é importantíssima para o teu estado anímico. Por isso tens de mantê-la sempre bem alimentada e de saúde. Conhece melhor os teus colegas de turma. Procura enraizar esses laços de amizade que se vão formando com o passar dos dias. Combina saídas para depois das aulas: um café, um almoço, um filme, qualquer coisa. Ter amigos e pessoas que compreendam a dor e o stress que tens é muito reconfortante.
Portanto, nem que seja para passarem tardes inteiras a queixarem-se das cadeiras, dos professores, ou dos trabalhos, dá-te com o pessoal.

8 – Trabalhos de Grupo
Pode parecer que não, mas os trabalhos de grupo são uma componente que merecem o nosso foco e dedicação. E são várias as razões:

  • São uma fatia importante da nota final. No meu caso até costumo ser mais prejudicado do que beneficiado pelos trabalhos de grupo, mas a verdade é que se colocares uma dose razoável de empenho e esforço, e mesmo que acabes por tirar negativa, consegues arrecadar uns quantos valores que poderão pesar muito na balança, no final do semestre.
  • Como o nome indica, são de grupo. Ou seja, serás agrupado a outras pessoas. Isto facilita imenso o teu trabalho porque, caso estejas a ter dificuldades na realização das tuas tarefas, poderás ter a ajuda de pessoas que estejam mais bem orientadas do que tu. E, mesmo que não te envolvas assim tanto no trabalho, pelo menos tenta proporcionar um bom ambiente de trabalho e mostra disponibilidade para ajudar aqueles que são mais entendidos na área.
  • Agradáveis de se fazer. Se conseguires ficar satisfeito e conformado com o produto final apresentado, vais sentir algum orgulho no tempo dedicado ao trabalho.

O meu conselho final: apostem forte nos trabalhos de grupo. Eles costumam ser um pote de ouro que se esconde por detrás das frequências. Quanto mais empenho e sucesso tiverem nesta componente, maior é a almofada e margem de manobra que levam para os assustadores testes.

9 – Estudar
Por fim, a maior e melhor dica que vos posso dar é mesmo a mais cliché de todas elas: estudem.
Não estou a dizer que devem rever e passar a limpo os apontamentos todos os dias, ou que devem ler todas as recomendações que os professores fornecem ao longo do ano. Nada disso.
Arranjem uma estratégia que resulte para vocês. Organizem o vosso tempo de forma a que, quando estiver a chegar a época das frequências, se consigam concentrar a sério e perder umas quantas tardes a estudar. Não precisam de começar a estudar na estação anterior, não. Uma semana antes deve ser mais do que o suficiente, se o vosso estudo for produtivo.
Tentem apanhar as ideias e conceitos que vão ouvindo nas aulas e associem-nas aos seus autores, que isso só irá ajudar-vos a contextualizar tudo e a separar melhor a matéria. Reduzam a matérias a palavras-chave ou frases, que depois desbloqueiam todo o resto da matéria relacionada com aquela temática.
Claro que sempre podem optar por levar o auxílio das tão amigas cábulas, mas essa é uma estratégia que admito nunca ter usado até hoje.
E, para terminar, lembrem-se: perceber a matéria é sempre melhor do que decorá-la.

Se seguirem estas dicas (ou a maioria delas) acredito profundamente que vão deixar de ir ao recurso para tentar salvar o semestre.

AUTORIA

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Num universo tão vasto como o nosso, quantas são as pessoas que são açorianas (micaelenses), ouvem música todos os dias, não falham um jogo do Sporting, leem livros e veem wrestling? Algumas, reconheço. Mas a pessoa que está a redigir este pequeno texto introdutório chama-se André Medina, tem 20 anos e, há dois anos, embarcou na maior aventura da sua vida.
Sair de casa nunca é fácil, e fazê-lo quando não se sabe cozinhar nem dobrar roupa é ainda mais complicado. Mas, muitas saladas de atum, pizzas do Pingo Doce e noodles depois, aqui estou eu: vivo e no último ano do curso de Jornalismo.
E, em jeito de recompensa por ter sobrevivido a estes duros anos, tive o privilégio de poder ser o primeiro editor da secção de Deporto na MAGAZINE. Eu, uma pessoa que ainda não sabe dobrar uma t-shirt como deve ser.
De qualquer forma, espero poder retribuir a confiança depositada em mim e quero que todos se sintam bem-vindos a esta escola e a este magnífico projeto, que é a nossa querida ESCS MAGAZINE.