Leitura + Limpa

O impacto da indústria Editorial no ambiente

Atualmente, existe um debate muito grande em torno da indústria livreira e do impacto que esta tem no ambiente. Os livros, essenciais para a nossa educação e cultura, podem estar a contribuir para a poluição do planeta?

Vejamos então o seguinte: atualmente, a indústria dos livros impressos consome 16 milhões de toneladas de papel por ano, o que significa que dois milhões de livros são produzidos, o equivalente a mais ou menos 32 milhões de árvores que são cortadas. Já para não falarmos da emissão de substâncias durante a sua produção. Cada livro gera 8,85 libras de dióxido de carbono(CO2), colocando a sua impressão numa das mais poluentes da indústria editorial. As fábricas, que os produzem, emitem também óxido de nitrogênio e monóxido de carbono, gases que contribuem para o aquecimento global, chuvas ácidas e até doenças respiratórias.

Fonte: Utel Universidad

Mas, a indústria enfrenta um problema maior, pois, apesar dos livros serem maioritariamente feitos de papel, não podem ser reciclados devido à tinta e à cola que compõem as suas páginas. Assim, sem possibilidade de reciclagem, os livros físicos têm deixado muitos debates sobre o impacto da sua produção, como também tem suscitado uma necessidade de alternativas, surgindo então um novo formato de livros: os e-books.

Os e-books são livros digitais que podem ser lidos em computadores, tablets ou telemóveis, com um formato totalmente adaptável. Este tipo de livro já implantado no mercado logo se tornou um dos favoritos, principalmente para o público mais jovem, devido à sua acessibilidade e vantagens, muitas delas ligadas aos benefícios para o  meio ambiente.

Posto isto, abre-se um debate de qual seria a melhor escolha; temos de pôr os pontos em consideração: 80% do CO2 produzido pelos livros impressos é exatamente na sua impressão, enquanto que nos e-books o CO2 é remetido para a produção dos mesmos.

Fonte: vozpópuli

De certa forma, para ser mais ecológico teríamos de ler uma determinada quantidade de livros de maneira a justificar a sua utilização. Sem falar que as empresas teriam de disponibilizar os seus livros também em formato online.

Comparando agora o uso e descarte de cada um, enquanto que nos e-books os equipamentos são, em média, descartados de 4 em 4 anos, os em formato físico têm um ciclo de vida mais extenso, onde o consumidor que não o quer, ou que não necessita mais dele, pode doar a instituições e bibliotecas ou vender em segunda mão.

Podemos encontrar várias opções de e-books à venda em lojas online, como a Kobo.com ou a própria Bertrand – que já disponibilizou a venda de e-books no seu site.

Contudo, para os amantes de livros em formato físico, esta transição pode ser algo difícil, pois o sentimento de possuir um livro em mãos não é equiparável ao sentimento de ler um livro de forma digital. Para os amantes que não trocam os livros por nada, aconselhamos as lojas de segunda mão – como a TradeStories, uma plataforma de venda e compra de livros usados -, uma boa opção para quem quer ler de forma sustentável e económica. A plataforma Bibliofeira também é uma excelente opção para quem pretende obter este tipo de serviços.

Existem várias alternativas sustentáveis para vários gostos diferentes, fazendo com que possamos continuar a ler as nossas histórias favoritas e transmitir cultura de forma mais económica e amiga do ambiente.

Artigo redigido por Leonor Torres e Rita Serra

Artigo revisto por Carolina Rodrigues

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