O início periclitante de Marco
O percurso de Marco Silva no Everton tem sido muito acidentado e este início de época periclitante está a abalar a confiança que seria desejável existir em torno do seu trabalho ao leme da equipa.
Depois de na Premier League já ter orientado o Hull City e o Watford, tendo colocado essas equipas a jogar a um bom nível, a chegada do técnico aos Toffees na época transata foi encarada com algum entusiasmo pelos apoiantes do clube. Contudo, a equipa falhou o objetivo de se apurar para as competições europeias. O oitavo lugar, a três pontos do sétimo classificado, o Wolverhampton, não configurou uma campanha desastrosa. Ainda assim, depois de um investimento de 99,80 M€, as expectativas eram – justificadamente – elevadas.
Esta época o Everton voltou a investir fortemente no reforço do plantel. Do investimento de 119,90 M€, destaque para as contratações de Alex Iwobi, extremo vindo do Arsenal, e de Moise Kean, avançado que foi a grande revelação da Juventus em 2018-2019.
A verdade é que antes do começo desta temporada as casas de apostas em Inglaterra não auguravam grande futuro a Marco Silva no comando dos Toffees, indício claro da fraca popularidade do treinador. No início de outubro, os maus resultados na Premier League deixaram o português em maus lençóis. A imprensa inglesa avançou que Marco tinha o lugar em risco e que David Moyes poderia ser o seu substituto e regressar assim a uma casa onde já foi feliz. O dono do clube manteve a confiança em Marco Silva, mas avisou-o de que urgia melhorar tanto os resultados como as exibições.
A qualidade do futebol praticado pelo Everton tem sido extremamente irregular. Curiosamente, a equipa tem-se exibido melhor nos jogos fora de casa. O próprio treinador já assumiu que a equipa parece ter duas faces e que é mais inconstante nos jogos em casa. Com jogadores de grande categoria como Richarlison, André Gomes, Walcott ou Digne, exige-se um futebol muito mais entusiasmante.
Veja-se a campanha do Leicester City nesta edição da Premier League. Com um plantel ao nível do plantel do Everton, o Leicester City está no terceiro lugar e está a praticar um futebol com elevadíssima nota artística. Depois de um início de campeonato a meio gás, o Wolverhampton retomou as boas prestações da época anterior e está novamente bem lançado na corrida às competições europeias. Tanto o Leicester City como o Wolverhampton já mostraram que são capazes de fazer escorregar os candidatos ao título, enquanto que no caso do Everton não se vê pujança para tal.
Um outro aspeto sempre relevante é o da empatia entre adeptos e treinador. A empatia entre os adeptos do Wolverhampton e Nuno Espírito Santo é evidente. Em sentido inverso, não há grande empatia entre a massa adepta dos Toffees e Marco Silva.
As prioridades do treinador do Everton devem ser conquistar o púbico e conseguir maior regularidade quer a nível de resultados quer a nível de exibições.
Artigo corrigido por Carolina Cacito
AUTORIA
É amante do futebol e da paixão pelo desporto desde muito cedo. Tem enorme brio naquilo que faz, no conhecimento que procura sobre esta área. Sonha ser jornalista desportivo e marcar pela diferença, por trazer o futebol jogado para a discussão.