O pontapé para a frente já não é obrigatório para sobreviver na Premier League
Há equipas teoricamente não tão fortes do campeonato inglês que estão a mostrar que é possível jogar de outra forma. Pensava-se que estas equipas tinham necessariamente de chutar a bola para a frente e não inventar muito para conseguirem resultados e garantirem a sobrevivência na Premier League. A verdade é que equipas como o Leeds United e o Brighton estão a destruir esta ideia pré-concebida.
O Leeds chegou esta época ao principal escalão do futebol inglês e trouxe o estilo de jogo que já punha em prática com Marcelo Bielsa no Championship. Quer pressionar e ganhar a bola à frente em todos os jogos. Pensa sempre em atacar, imprimindo muita agressividade ofensiva, com movimento eletrizante.
Os jogos do Leeds são muitas vezes de resultado imprevisível, diz a maioria das pessoas, mas a verdade é que, para uma equipa recém-promovida, os resultados são consideravelmente bons. Bielsa será sempre ou muito elogiado ou muito criticado, porque, se ganhar, todos vão exaltar as qualidades desta abordagem tática, e, se perder, todos vão apontar as lacunas da mesma, que existem independentemente dos resultados.
O Brighton não é uma equipa que se desequilibre tanto como o Leeds, mas é um conjunto que constrói quase sempre a partir de trás, do trio de centrais. Graham Potter privilegia o ataque posicional. A bola vai a todos os corredores. O jogo é muito ligado.
O Brighton não tem tido resultados muito melhores do que aqueles que tinha com Chris Hughton, que não punha a equipa a explanar um futebol ofensivo tão rico. As aquisições de Maupay e Trossard na época passada ajudaram Potter a elevar o nível de jogo das seagles, mas este ano não houve grande investimento. A figura de cartaz de entre os novos reforços foi Lallana, mas o médio não tem sido particularmente influente.
E, se é para ter resultados idênticos, que seja a jogar melhor, como o Brighton faz com Potter, porque o espetáculo é fundamental. O clube da costa sul está no bom caminho e pode até sonhar com voos mais altos se contratar mais alguns jogadores.
Não foram só Guardiola e Klopp que mudaram a Premier League. Há mais treinadores que estão a pensar o jogo de forma diferente.
Artigo revisto por Constança Lopes
AUTORIA
É amante do futebol e da paixão pelo desporto desde muito cedo. Tem enorme brio naquilo que faz, no conhecimento que procura sobre esta área. Sonha ser jornalista desportivo e marcar pela diferença, por trazer o futebol jogado para a discussão.