Os sete lugares mais instagramáveis de Cascais
A pandemia alterou muita coisa, mas o encanto de Cascais não foi, definitivamente, uma delas. A 20 minutos da capital, cruzamo-nos com esta pérola da Costa Atlântica, onde o elemento-chave é o oceano azul e cristalino. Cascais faz parte daquilo a que o mundo do Turismo gosta de chamar o golden triangle, também formado por Lisboa e Sintra.
E porque dizem que sete é o número perfeito, eis um itinerário constituído por (apenas) sete lugares em Cascais, que parecem demasiado bonitos para serem reais – e que irão, com certeza, gerar fotografias perfeitas para o Instagram.
- Trilho da Ribeira das Vinhas
Iniciamos a descida pelo passadiço de madeira, de três quilómetros, desde a localidade de Alvide e nem acreditamos que estamos a pouca distância do centro de Cascais.
Longe o suficiente do centro histórico para sentir apenas a tranquilidade da Natureza, mas, ao mesmo tempo, perto o suficiente para lá chegar a pé, o Trilho da Ribeira das Vinhas termina nas traseiras do Mercado da Vila. Ao longo desta pérola do Património natural concelhio, o artista cascalense Tiago Hacke (@tiago.hacke.artist) presenteou-nos com várias gravuras de aves, animais e moinhos, pintadas em perfeita harmonia com o verde circundante.
Aqui, impera a serenidade da Natureza, longe da azáfama habitual da malha urbana. É caso para dizer: não é preciso usar nenhum filtro!
- Arte Urbana
A pouco e pouco, as intervenções artísticas têm-se multiplicado pelo Município e Cascais caminha a passos largos para ser classificada como o Olimpo da Arte Urbana. Os Festivais Muraliza e Infinito foram dois dos grandes responsáveis por este fenómeno. Este último nasceu no Bairro da Torre, em Cascais, por iniciativa da Associação Juvenil Somos Torre, tratando-se de um projeto de requalificação urbanístico através da Arte Urbana.
Seguimos caminho, atravessamos o Mercado – cuja visita é, também, recomendada, principalmente à quarta-feira e ao sábado de manhã, para que consiga comprar produtos fresquinhos! – e dirigimo-nos ao centro da Vila. A Arte Urbana expõe-se, na grande maioria, em enormes murais, mas também em portas, em caixas de eletricidade e até em fachadas de edifícios, de forma majestosa, numa combinação de arte, cores e, claro, talento.
No coração da Vila, alguns dos principais exemplos encontram-se na Avenida Valbom, na Rua Frederico Arouca (também conhecida como Rua Direita), no Largo Dr. Passos Vella, na Alameda dos Combatentes da Grande Guerra, na esquina da Travessa Visconde da Luz com a Rua Afonso Sanches e na Travessa dos Navegantes. Não se esqueça de manter os olhos bem abertos e atentos para não perder nada!
- A Baía e as ruas pitorescas do centro histórico
A melhor maneira de explorar e conhecer a Vila que é perfeitamente pedonal é deixarmo-nos perder, literalmente, pelas dezenas de ruelas pitorescas que mantêm o charme tanto de verão, como de inverno. O beco da Rua Fernandes Thomás, que nos oferece um panorama 100% instagram-worthy, encontra-se somente a dois passos e meio daquela que os cascalenses juram, a pés juntos, ser a baía mais bonita do mundo.
As palmeiras em fila indiana, os edifícios de arquitetura inusitada, a Calçada Portuguesa, que serpenteia sob os nossos pés, como subtil referência às ondas do Oceano de cor forte diante dos nossos olhos, que se encontra repleto de pequenas embarcações dos pescadores da Vila: não admira que a Baía seja um dos cenários de Cascais que mais fazem suspirar os visitantes e os residentes – e, claro, que mais lhes dão vontade de sacar do telemóvel ou da máquina fotográfica.
Perpendicular à Baía, a Rua Marques Leal Pancada destaca-se pelas suas inúmeras particularidades, não apenas por uma questão de estética, mas também por curiosidades históricas: seja pelo restaurante ladeado por flores, pelo edifício coberto de azulejos azuis e brancos, pela antiga entrada do castelo do século XIV – que ruiu quase na íntegra com o terremoto de 1755 –, ou ainda pelas cetárias romanas, grandes tanques de pedra, em funcionamento entre os séculos I e II d.C., que serviam para produzir o garum, uma espécie de patê muito apreciado na culinária romana. Seja um interessado por História ou não, valem uma boa fotografia.
- A Enseada de Santa Marta
É junto da ponte de Santa Marta, a cerca de 10 minutos a pé da Baía, que encontramos um dos cenários mais inesquecíveis de Cascais, que merece ser imortalizado num postal ou numa fotografia: de um lado, a bonita fachada do secular palacete dos Condes de Castro Guimarães e, do outro, a enseada de Santa Marta, onde os grandes protagonistas são o Farol-Museu de Santa Marta e a Casa de Santa Maria.
Os três equipamentos integram o Bairro dos Museus de Cascais, um conceito pioneiro no país que gere um conjunto de equipamentos do concelho, sendo que a maioria se encontra no centro da Vila. Atualmente, os museus do Município encontram-se abertos ao público, cumprindo um conjunto de novas regras de segurança para proteger o bem-estar e a saúde de todos os cidadãos. Todos eles merecem uma visita e, claro, um post no Instagram.
- Boca do Inferno
Um nome demasiado assustador para um local tão estupendo. Mas tem uma explicação: diz-se que a Boca do Inferno, um dos ex-libris de Cascais, terá sido uma gruta cujo teto acabou por ruir, assemelhando-se a uma boca. Para além disso, o impacto das ondas contra as rochas é tão estrondoso que parece vindo das entranhas do Inferno.
As suas características únicas fazem deste local um dos mais procurados em Cascais. O melhor momento para registar memórias na Boca do Inferno? Ao fim do dia, para ver o pôr-do-sol a partir deste miradouro natural, altura em que o impacto visual e o impacto sonoro entram em comunhão e lideram este espetáculo ao ar livre.
Siga caminho pela Avenida Rei Humberto II de Itália, a partir da Enseada de Santa Marta, e veja esta obra de arte geológica com os seus próprios olhos. E através da lente. A pé demorará cerca de 10 minutos.
- A Praia do Guincho
Talvez seja dispensável identificar a localização no Instagram. A beleza inconfundível do Guincho jamais passou despercebida, nem mesmo ao cinema internacional: esta praia ficou imortalizada no filme de 1969 do agente secreto menos secreto do mundo, 007 – Ao Serviço de Sua Majestade.
Não muito longe, do outro lado da estrada, encontramos o sistema dunar da Cresmina, com um passadiço de madeira aparentemente infinito. Embora as paragens anteriores estejam ligadas entre si por um percurso que se pode facilmente percorrer a pé, aqui, talvez, pensará duas vezes, pois o caminho desde a Boca do Inferno ainda é longo. E porque não ir de bicicleta até ao Guincho?
Os 800 metros de areal encravados entre dois picos rochosos, com a Serra de Sintra como pano de fundo, assemelham esta praia a um quadro pintado a aguarela. Este local é bastante procurado por residentes e visitantes durante todo o ano, seja para passear, nadar, ver o pôr-do-sol ou praticar desportos náuticos, pois a ventania é quase constante. Para chegar ao Guincho, prossiga pela estrada da Boca do Inferno e, pelo caminho, não se esqueça de fazer paragem na Casa da Guia para trincar qualquer coisa. Afinal, a boa comida também é bem popular no feed.
- O Santuário da Peninha
A simbiose perfeita: praia e serra. O concelho de Cascais é (re)conhecido, claro, pelas suas praias que se estendem ao longo de uma faixa costeira de 30 quilómetros. Ao azul do Atlântico junta-se, para completar a paisagem, a ruralidade verde da Serra de Sintra ou não estivéssemos nós em plena área protegida do Parque Natural de Sintra-Cascais.
Incluir o inesquecível Santuário da Peninha neste itinerário é fazer um pouco de “batota”, por já nos encontrarmos fora dos limites do concelho de Cascais. Todavia, é totalmente justificável: a vista do topo deste miradouro, localizado a 488 metros de altitude, é de tirar o fôlego e vai desde Cascais (com um cenário privilegiado da Praia do Guincho) a Lisboa. Em dias de céu limpo, até é possível vermos o Cabo Espichel e a Ericeira. Para além da beleza natural que rodeia esta antiga ermida, destaca-se o complexo arquitetónico fortificado, assente em gigantescos rochedos. Este local misterioso e encantado promete não deixar ninguém indiferente.
Aconselhamos que vá de carro até ao local. Há estacionamento gratuito perto do Santuário da Peninha, mas a visita implicará sempre uma subida que requer algum fôlego. Antes de partir à descoberta, verifique a meteorologia, pois, aqui, o vento não costuma dar tréguas. E, claro, não se esqueça da máquina fotográfica!
Escrito por Inês Sousa Martins
Corrigido por Adriana Alves
AUTORIA
Uma pessoa de muitas paixões. Por isso, licenciou-se em Informação Turística, está a terminar o Mestrado em Jornalismo e quer tirar Doutoramento em História Contemporânea. A ideia de ter uma só carreira durante a vida toda aborrece-a. A Inês gosta de escrever, de concertos, dos The Beatles, de Itália, de conduzir e dos seus cães. Sonha em visitar, pelo menos uma vez, todos os países do mundo.