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Petição para revogar Brexit chega aos seis milhões

Já chegou aos seis milhões de assinaturas a petição que exige a revogação do artigo 50º, que estabelece a saída do Reino Unido da União Europeia. O número foi atingido este domingo, na véspera de mais um dia de votações na Câmara dos Comuns. O Governo britânico já respondeu que não vai acatar o pedido dos subscritores.

A autora da petição, Margaret Georgiadou, explica que a iniciativa surgiu da necessidade de ocupar um espaço por preencher. Num texto publicado no Independent, a britânica afirmou que esteve à espera de que “alguém desafiasse efetivamente a mentira de que o Brexit era a vontade do povo, mas esse alguém não chegou. Então decidi tentar ser esse alguém!”.

Georgiadou defende que existe falta de representatividade parlamentar daqueles que defendem a permanência do Reino Unido na União Europeia. “Ninguém no governo se preocupou com os Remainers. Nós éramos educados, organizávamos marchas pacíficas, éramos razoáveis e não nos revoltávamos. Assim, os Leavers e os Remainers foram deixados a lutar entre si, numa tática também conhecida de dividir para reinar, todos encorajados a culpar a UE pelos nossos problemas infligidos pelo governo”, reiterou a defensora pelo fim do Brexit.

Em resposta dada ao Parlamento Britânico no 26 de março, o executivo de Theresa May disse que vai honrar “o resultado do referendo de 2016” e trabalhar “para entregar uma saída que beneficie a todos, quer tenham votado Leave (sair da UE) ou Remain (permanecer na UE)”.

No texto, é reconhecido o número elevado de pessoas que assinaram a petição, mas o Governo sublinha que “cerca de três quartos do eleitorado participaram do referendo de 2016, confiando que o resultado seria respeitado”.

Para os governantes, “17,4 milhões de pessoas votaram então para deixar a União Europeia, fornecendo o maior mandato democrático para qualquer ação já dirigida ao governo do Reino Unido”.

Atualmente, o Governo de Theresa May está a tentar chegar a um acordo de Brexit pela terceira vez, depois dos chumbos em janeiro e em março. O Reino Unido tem até 12 de abril para encontrar um novo plano de saída da União Europeia.

Fonte: Alastair Grant/AP

Fotografia “thumbnail”: Fonte- Mike Kemp / Getty Images

Artigo revisto por Mariana Coelho