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Brexit é novamente chumbado

O caos no Reino Unido parece não ter fim. Theresa May já colocou a “cabeça a prémio”, mas nem isso acalma a situação em Londres. Cenário para uma saída em abril é cada vez mais uma miragem.

Para onde vai o Reino Unido? É a pergunta do momento. A resposta é incerta, mas a certeza é que a situação tem de ficar definida o mais rápido possível, caso contrário a saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo pode ser a única solução. Tal decisão traria o caos a toda a Europa, levando os mercados a equacionarem uma nova crise financeira. Se ao Brexit juntarmos a guerra comercial entre China e Estados Unidos o cenário de “tempestade perfeita” é quase inevitável de assinalar. Theresa May voltou a perder pela terceira vez a votação sobre o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia. No total, 344 deputados votaram contra o acordo e 286 a favor. Recorde-se que o acordo já tinha sido rejeitado em janeiro, com 432 votos contra e 202 a favor e, numa segunda vez, com 391 votos contra e 242 a favor. O número de apoiantes aumentou, mas a diferença ainda é grande.

Esta nova votação acontece após May garantir que se o Brexit for aprovado não irá manter o seu cargo de Primeira Ministra. Este anuncio confirma a sua vontade de abdicar de uma carreira política, em favor de um acordo que pode dar alguma “cor” ao seu mandato. O anúncio até foi bem visto pela oposição dentro do partido conservador, mas revelou ser insuficiente para convencer a maioria dos deputados.

Theresa May fonte Boston Globe, foto de Alastair Grant/ Associated Press

Com tamanha oposição no parlamento, mas com o tempo a escassear, o objetivo do Brexit a 29 de março não foi cumprido. May aponta agora para abril como o mês que pode confirmar a saída Britânica da União Europeia. Depois de três derrotas seguidas, esse cenário está posto em causa e há vozes que inclusive apontam para um Brexit sem acordo o que representaria uma derrota avassaladora para May. A juntar às derrotas no parlamento, o governo britânico tem de justificar como vai ficar a fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte e se se mantém no mercado aduaneiro, algo visto como importante para minimizar os danos económicos da saída do Reino Unido da Europa. O executivo de Theresa May tem ainda de avaliar como vai convencer a ala anti-europa presente na câmara dos comuns para um voto a favor do acordo.

Fotografia “thumbnail”: Fonte Expresso, foto de John Thys /AFP /getty images

Corrigido por Liliana Pedro

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Olá, sou o Luís, tenho 27 anos e nasci em Cascais. Vivo desde, quase sempre, em Sintra e sinto-me um Sintrense de gema.  Adoro cinema - bem, adorar não é a palavra adequada, venerar parece-me um adjetivo mais justo -  e sou também obcecado por política e relações internacionais. Gosto também muito de desporto.