Porta aberta nas eleições para as mulheres sauditas
Um pequeno passo para as mulheres, um grande passo para a Arábia Saudita. É isto que representa as eleições do último sábado no país do Médio Oriente, onde as mulheres puderam votar e ser candidatas pela primeira vez na história. Dos 2100 lugares que foram a votos, pelo menos 20 pertencem agora ao sexo feminino e abre assim uma fissura na ordem conservadora do país.
Dos 7000 candidatos, cerca de 979 eram mulheres. Em comparação com os dois últimos períodos eleitorais, 2005 e 2011, é uma mudança radical já que até então só existiam eleitores e candidatos masculinos. Tudo mudou em 2011, quando o anterior rei saudita Abdullah bin Abdul Aziz, decidiu finalmente deixar que as mães, esposas, filhas, pudessem participar em eleições para, segundo alguns analistas, responder à inquietação social que se vivia na altura – em plena Primavera Árabe.
Com esta ação «democrática», a Arábia Saudita tornou-se no último país do mundo a permitir o voto ao sexo feminino. E isto traduziu-se na escolha de 20 mulheres, em que quatro delas vão ocupar o lugar de vereadoras na capital, Riade, e uma que conseguiu ganhar um assento no conselho municipal de uma cidade da região de Meca – o centro sagrado do mundo muçulmano.
Esta mudança ocorre num país governado por uma versão rígida do Islão, onde as mulheres não podem conduzir automóveis e só podem viajar com a autorização do marido (tal como chegou a acontecer em Portugal, durante o período Salazarista).