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PS é o vencedor nestas eleições europeias

O Partido Socialista (PS) foi o vencedor das eleições europeias no domingo. As grandes derrotas foram as das forças políticas de direita e da CDU. A surpresa nesta chamada às urnas foi o Pessoas-Animais-Natureza, que conseguiu eleger um deputado para Bruxelas.

O PS venceu as eleições europeias com 33,38% dos votos, ficando com nove lugares no Parlamento Europeu. A grande derrota foi a do PSD. Os sociais-democratas conseguiram 21,94% dos votos, o pior resultado da história, mas conseguem manter seis deputados em Bruxelas. Em terceiro lugar ficou o Bloco de Esquerda com 9,82% dos votos, elegendo dois representantes. A revelação da noite eleitoral foi o Pessoas-Animais-Natureza. O partido obteve 5,08% dos votos e coloca assim um deputado no Parlamento Europeu.

As reações aos resultados eleitorais não se fizeram esperar. António Costa sublinha que “este resultado significa um voto de confiança no Partido Socialista”. O primeiro-ministro garantiu que o partido está ciente da responsabilidade consequente deste mesmo resultado. Costa também destacou os resultados dos partidos parceiros do Governo, dizendo que conseguiram uma vitória.

O cabeça de lista do PS, Pedro Marques, classifica a vitória do partido como um “farol de esperança”. Marques também destacou a diferença de 10% entre o PS e PSD.  

O Bloco de Esquerda subiu para terceira força política nestas eleições europeias e duplica a sua presença em Bruxelas. Marisa Matias garante que todos os objetivos foram cumpridos. A candidata do BE enfatiza a vontade popular para atingir estes resultados. “Os votos não são nossos; são das pessoas”, disse no seu discurso.  

A dirigente do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, salientou a derrota da direita, que diz ter sido “penalizada”. Tal como o PS, Catarina Martins também afirma que a responsabilidade da esquerda é corresponder às expetativas.

Em noite de derrota das forças políticas de direita, houve responsabilidades para assumir. Rui Rio foi claro e sucinto no seu discurso. O líder do PSD admitiu que o partido não alcançou os seus objetivos. A mensagem do partido não passou tão bem como a do Partido Socialista, segundo Rui Rio. Apesar deste resultado, o líder social-democrata garante que não vai abandonar a sua posição.

O discurso de Paulo Rangel foi semelhante ao de Rio.  O cabeça de lista também admitiu que os objetivos não foram cumpridos e assumiu as responsabilidades. Rangel criticou a “nacionalização da campanha”, por parte do primeiro-ministro, que impediu a difusão da mensagem europeia.

Também o CDS sofreu uma derrota ao conseguir 6,19% dos votos. Mantém um eurodeputado, mas desce para quinta força política. Assunção Cristas foi breve na sua intervenção após o anúncio dos resultados. Também o seu partido ficou “aquém do objetivo traçado”, mas a líder do CDS diz ter entendido a mensagem que os eleitores quiseram passar. Nuno Melo, candidato do partido ao Parlamento Europeu, assume responsabilidades pela derrota.

Outra derrota nestas eleições europeias foi a da CDU. O partido perde um dos três deputados que tinha em Bruxelas depois de receber 6,88% dos votos. Jerónimo de Sousa não vê nos resultados o ambiente de apoio que sentiu durante a campanha. O secretário geral do PCP afirma que este desfecho é “negativo para a defesa dos interesses do povo e do país no Parlamento Europeu”. O cabeça de lista, João Ferreira, garante que a intervenção da CDU passou por dificuldades devido a “campanhas difamatórias”.

A grande surpresa da noite foi o PAN.  Francisco Guerreiro, candidato a Bruxelas, afirma que “a revolução entra na Europa com uma voz firme, ecologista, que defende os direitos humanos e que vai implementar um novo paradigma”.

O Pessoas-Animais-Natureza vai integrar a família d’Os Verdes no Parlamento Europeu. O líder do PAN, André Silva, garante que o partido está aberto ao diálogo com outras forças políticas, a fim de encontrar soluções que melhorem a vida dos cidadãos e do ecossistema.

Estas eleições europeias ficaram marcadas pela maior taxa de abstenção de sempre: 68,89%.

Artigo revisto por: Andreia Jesus