Regresso às Origens
Não se pode dizer que este seja um ex-escsiano. Afinal, ele nunca deixou de ser escsiano, nem nunca perdeu o seu amor a esta escola e, por obra do destino ou uma simples coincidência, de aluno passou mais tarde a professor. Atualmente trabalha no Gabcom da ESCS, que o acolheu em 2002.
Um homem de paixões
“O Marcos Melo é um rapaz de 30 anos, mas que não se sente como tendo 30 anos.”, afirmou Marcos, revelando a dificuldade que temos em “olharmos para nós próprios”.
Natural de Sintra, Marcos tem uma paixão pelo desenho que o fez seguir Artes antes de chegar à ESCS. Em criança passava imenso tempo a desenhar casas, edifícios, pontes e cidades, e, por isso, um dia diz que ainda há-de tirar o curso de Arquitetura “por realização pessoal”. É um homem de projectos, dentro e fora da ESCS, com ambição e vontade de querer sempre mais sem se contentar com pouco. A ESCS deixou-lhe esta forma de viver – querer ser sempre melhor – a ele e a tantos outros escsianos. A faculdade trouxe-lhe o vício de querer “sempre fazer mais e mais. O vício de não nos contentarmos com pouco. O vício de querermos ser os melhores. Os alunos da ESCS sempre tiveram a fama (e o proveito) de trabalhar muito. Mas é por isso que depois lá fora temos a fama de sermos os melhores.”
“Digital addicted”. É assim que se define. No entanto, nunca larga os seus blocos de notas onde tem por hábito apontar tudo e por isso não passa sem eles.
Mas nem só de arte e blocos de notas é feita esta maneira de ser de Marcos. A música também é uma das suas paixões. Em adolescente, costumava “passar horas e horas a ouvir rádio e a gravar as minhas músicas numa cassete ainda muito antes dos Mp3, Youtube ou Spotify”. Era ainda leitor assíduo do jornal Blitz, que lia para “acompanhar as notícias do mundo da música”. Desde 1999 é um fã incondicional dos The Gift.
A moda também está presente no seu ADN e, por isso, tem um projeto pessoal: um blog de moda onde aproveitou também a sua experiência em comunicação para criar a marca “MMstyle | By Marcos Melo.” O facto de cada vez mais gostar de escrever também certamente se junta neste seu novo projeto inaugurado em Agosto de 2014.
Esta é uma personalidade criativa que gosta de experimentar e criar. No fundo, Marcos não se contenta com pouco. Tem nele sangue que o faz crescer enquanto pessoa e profissional, algo que também aprendeu na ESCS. Mas nele não existem apenas qualidades e identifica como alguns dos seus defeitos o excesso de ansiedade que às vezes sente e ainda o “sofrer por antecipação” que até os amigos reconhecem nele: “Tenho uma grande amiga minha que me diz imensas vezes: “Relaxa, Marcos”, porque tudo se resolve.”
O escsiano
Foi em 2002 que conheceu aquela que se veio a tornar a sua casa. Inaugurou o primeiro ano no curso de Audiovisual e Multimédia juntamente com os seus colegas desse ano e, por isso, era tudo “uma descoberta”. Escolheu Design de Comunicação como a sua área de eleição e aquela que pretendia seguir profissionalmente.
Foram 4 anos de curso que lhe trouxeram algo que considera o mais importante nesta faculdade: o espírito escsiano. “As relações entre as pessoas são as melhores recordações dos 4 anos do curso”. Para ele, apesar dos alunos de AM daquele ano terem sido “cobaias”, hoje afirma: “valeu a pena. Sem dúvida! Fiz a escolha certa”.
A componente humana é algo que Marcos enfatiza muito uma vez que, para ele, é a característica principal de quem já viveu entre as paredes desta escola. Desde o relacionamento “bastante informal” entre aluno e professor até à relação entre colegas, este é o espírito escsiano, difícil de explicar mas que se sente mais do que tudo.
Enquanto foi aluno, ainda não havia núcleos na faculdade. Os primeiros a ser criados foram o E2 e a 8ª Colina, até hoje existir a diversidade de núcleos que tocam todas as áreas. Para Marcos, “são um dos pontos fortes da ESCS” que dão aos alunos uma “bagagem enorme ao mesmo tempo que estão a fazer os cursos” e, por isso, aconselha todos os alunos a experimentarem participar num núcleo. Ainda elogia aqueles qua fazem dos núcleso aquilo que são: projetos de qualidade em que o mérito é dos alunos.
Em 2006 terminou o seu curso, mas no Verão de 2004 já tinha tido um convite para estagiar no Gabinete de Comunicação e Relações Públicas da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, o qual aceitou e onde, durante 2 meses, aprendeu muito no que toca ao Design de Comunicação. “Mal sabia eu que alguns anos mais tarde iria fazer carreira num gabinete semelhante na minha própria escola…a vida tem destas coisas…”.
No verão de 2006 foi seleccionado para uma televisão online, onde começou a trabalhar em Setembro. Acabou por ser surpreendido por uma equipa com mais alguns escsianos. “Surpreendentemente, foi quase como um prolongamento da ESCS.” Neste novo trabalho fez um pouco de tudo e, depois de 3 meses como estagiário, conseguiu o contrato. Num ritmo de trabalho bastante acelerado, Marcos afirma que “foi aí que ganhei estaleca”. Passou também por uma produtora onde fazia edição de vídeo e em 2008 surgiu uma nova oportunidade. Em Fevereiro, foi a uma entrevista para trabalhar no Gabcom da ESCS e foi selecionado. Começou como estagiário até que, finalmente, passou para contratado e ainda é lá que se encontra até hoje.
Este regresso a “casa”, como lhe chama, foi um orgulho. A ESCS é para Marcos, “muito mais do que um mero emprego” e por isso se sente tão bem no sítio que o viu crescer, onde a ESCS é também dele.
O docente
Ser professor na ESCS era algo que nunca tinha ambicionado, mas para o qual foi convidado para colmatar uma necessidade numa disciplina na área do Design. Inicialmente, deveria ter ficado apenas umas semanas, mas posteriormente passou a contrato e ficou efectivo.
Como docente na escola que o fez crescer o nervosismo era claro e não escondeu o “frio na barriga” das primeiras aulas. Sentiu que não estava só a leccionar, mas também a aprender com os alunos, para que pudesse acrescentar mais à sua aprendizagem e acabou por “adorar a experiência”.
Marcos lecionou 4 disciplinas, sendo a principal Instrumentos de Comunicação, no 1º ano do curso de Audiovisual e Multimédia, e outra delas Design de Comunicação, também do mesmo curso. Para além destas, também foi docente de Publicidade Digital e New Media, e ainda, no curso de Jornalismo, Publicidade e Marketing e Relações Públicas e Comunicação Empresarial, dirigiu o Seminário de Profissões de Comunicação.
Ser ex-aluno da ESCS permitiu-lhe pôr-se no lugar dos alunos tendo muito mais proximidade com eles. Ao pôr-se no lugar deles, Marcos afirma que se tornou melhor docente, uma vez que sabe aquilo de que os alunos estão à espera e assim pode acrescentar-lhes mais do que se não fizesse esse exercício.