Schiaparelli- revolução no mundo da moda
Foi no passado mês de setembro que decorreu a Paris Fashion Week. É verdade, o maior evento de moda esteve de volta, desta vez na capital francesa, e decorreu de 23 de setembro a 1 de outubro. Várias casas de moda, como Vivienne Westwood, Miu Miu, Balenciaga, Loewe, etc., mostraram os seus dotes criativos, apresentando as suas coleções primavera-verão 2025. E de todas elas, Maison Schiaparelli parece destacar-se.
Criada em 1927 por Elsa Schiaparelli, a casa foi revolucionária com o seu espírito vanguardista e designs ousados. Agora, sob domínio criativo de Daniel Roseberry, redefine as regras com novas ideias modernas, sempre com os ideais da fundadora presentes.
Nesta coleção, intitulada «Future Vintage», Roseberry vende-nos as peças como um investimento, onde elas duram e perduram, e oferecem durabilidade e valor emocional. E por ser uma coleção pronto a vestir, não exibe a mesma grandiosidade que as coleções alta-costura. Assim, o designer escolheu prosseguir com peças mais subtis e possíveis de usar no dia a dia.
O que chama a atenção nesta coleção é que, ao contrário das peças de alta-costura da Schiaparelli, cheias de bordados e muito elaboradas, aqui as roupas são mais simples e apostam nas texturas para criar algo único. Um exemplo que se realça é um vestido de malha azul, onde o tecido é amarrado em nós que formam uma espécie de trança que dá ao vestido um visual interessante e diferente, sem precisar de muitos adornos. Roseberry conseguiu trazer o impacto visual característico da marca, mas de uma forma mais “fácil de usar” no dia a dia.
Outro destaque deste ano foi as inovações no calçado, que foi um dos pontos fortes e inovadores da coleção. Um exemplo são umas sandálias de couro com um anel dourado no dedo, que dão um toque divertido e luxuoso ao look.
A coleção é, também, um exemplo de sustentabilidade. Roseberry, que se mostra preocupado com o mundo atual, reconhece que os compradores importam-se de igual modo com as suas peças e a sua durabilidade. Assim, «Future Vintage» apresenta um novo olhar da indústria da moda quanto a estas temáticas, visando quebrar com a tendência da fast fashion.
Embora seja a casa dos minimalismos, a coleção apresenta uma variedade ampla de cores: do vermelho ao amarelo, com a predominância do branco e do azul, contando também com vários padrões, seja o preto e branco ou florido. Além disso, o espírito vanguardista e surrealista de Schiaparelli contribui com os designs extravagantes e os seus dramatismos.
A coleção contou ainda com recurso alto de acessórios, maioritariamente em tons de dourado, à la Schiaparelli, claro.
A coleção mostrou como Daniel Roseberry consegue misturar o antigo e o novo, respeitando a história da Maison Schiaparelli, mas sempre inovar. Schiaparelli prova que a moda de luxo pode ser usável e, ao mesmo tempo, aspiracional, deixando uma marca que vai além das passarelas e das tendências passageiras.
Imagem de destaque: Oui Speak Fashion
Artigo revisto por: Carolina Ferreira
AUTORIA
O Miguel tem 18 anos, é de Lisboa, e é um rapaz criativo, alegre e empenhado. É um grande amante de moda, música e cinema. Foi uma viagem a Nova Iorque que sedimentou o que queria fazer no ensino superior. Está no primeiro ano da licenciatura de Jornalismo, e, sendo honesto, escrever nunca foi um dos seus grandes hobbies, mas vê a ESCS Magazine como uma oportunidade de crescer, e de se sentir próximo ao que mais lhe interessa em termos de futuro: trabalhar na revista Vogue.