Se eu ficar
“Sometimes you make choices in life and sometimes choices makes you”: uma história inquietante e comovente que nos faz refletir sobre o significado da vida.
Gayle Forman nasceu a 5 de junho de 1970 e é uma autora e jornalista premiada, cujos artigos foram já publicados na Cosmopolitan, Seventeen, Elle, entre outras revistas.
Em 2007, a autora publicou o seu primeiro romance para jovens adultos, intitulado Sisters In Sanity, para o qual ela se baseou num artigo que tinha escrito para a revista Seventeen.
Se eu ficar encontra-se publicado em mais de 35 países e recebeu diversas distinções, incluindo ser considerado um dos melhores livros juvenis de 2009 pela Amazon e pela Publishers Weekly. Entre outros, ganhou o prémio Indie Choice Award de 2010. A Summit Entertainment, o estúdio que produziu a saga Crepúsculo, adaptou esta obra ao cinema.
A narrativa começa numa manhã de fevereiro, quando Mia, uma adolescente de 17 anos, acorda, e as suas preocupações giram à volta de decisões normais para uma rapariga da sua idade. É então que ela e a família resolvem ir dar um passeio de carro depois do pequeno-almoço e, numa questão de segundos, um grave acidente rouba-lhe todas as escolhas. Nas vinte e quatro horas que se seguem, Mia, em estado de coma, relembra a sua vida, pesa o que é verdadeiramente importante e, confrontada com o que faz com que valha mesmo a pena viver, tem de tomar a decisão mais difícil de todas: seguir os seus sonhos e estudar na escola de música Juilliard, em Nova Iorque, ou permanecer no Estado de Oregon, com a sua família e o seu namorado Adam, guitarrista e vocalista da banda Shooting Star.
Com delicadeza, simplicidade e sensibilidade, Gayle Forman conduz-nos pela vida de Mia, com flashbacks que nos mostram o seu dia a dia e todos os factos relevantes que a ajudaram a ser quem é — a sua vida com Adam, a família, a amiga Kim, a sua paixão pelo violoncelo e, ao mesmo tempo, o seu estado de coma, no hospital.
O livro não tem capítulos, tem horas e isso traz um toque de realidade e aflição à trama. Toda a história acontece apenas num dia no qual Mia permanece em coma. O livro todo é contado pelo espírito de Mia, que vê tudo o que acontece com o seu corpo e ao seu redor no hospital.
Com um texto comovente, ágil e narrado na primeira pessoa, Gayle expõe de forma emocionante e meticulosa todos os anseios, temores e cada detalhe do que está a acontecer ao redor de Mia, intercalando a narrativa entre a pernamência de Mia no hospital e as suas memórias com a família e o namorado, focando as suas esperanças e as suas dúvidas sobre se deve ficar ou não.
Se eu ficar traz ainda várias referências de músicas, inclusive música clássica, e a edição do livro conta com notas musicais no começo e no fim das páginas. É um livro emocionante, subtil, envolvente, que nos leva a refletir e que, no final do livro, nos deixa ansiosos por uma continuação, cuja sequela está narrada na visão de Adam.
Pode-se dizer que um dos pontos interessantes do livro Se eu ficar é o modo como foi apresentado: em dois tempos — o passado e o presente, uma dualidade pertinente ao conflito que ressalta os motivos pelos quais ela deve ir ou ficar.
Um livro emocionante, inquietante e comovente de rápida e fácil leitura, que nos obriga a refletir sobre a nossa vida e sobre as pessoas e as coisas pelas quais vale a pena vivermos. Um romance que levará até o leitor mais céptico a acreditar na importância da amizade, da família e do amor.
Trailer If I Stay: https://www.youtube.com/watch?v=D5keBYwpI10