Semana da moda em silêncio pela Ucrânia
Paris recebeu os estilistas para mais um grande evento da moda. Após se acreditar que o fim da pandemia estava cada vez mais próximo e que se poderia ter um desfile com festejos, veio a notícia da guerra. O ambiente estava pesado e silencioso.
A Semana da Moda é um dos eventos mais importantes para os grandes estilistas apresentarem as suas mais recentes coleções. Este ano (2022), o palco escolhido para o grande espetáculo foi Paris entre 28 de fevereiro e 8 de março.
Houve um grande ânimo por parte dos criadores e designers, que depois de algum tempo em modo pandemia, viram uma oportunidade de voltar aos grandes espetáculos glamourosos. Das 95 casas previstas na lista oficial de presenças, apenas 13 compareceram online, o que só por si comprova um regresso à normalidade.
O que se pensava ser o recomeço de uma vida após a crise pandémica foi completamente arrasado pela trágica notícia da guerra. O mundo foi abalado pela invasão à Ucrânia por parte da Rússia. Em pleno século XXI, tornou-se chocante este acontecimento e mais do que nunca a população uniu-se e mostrou o seu desagrado e transtorno, mas sobretudo a sua solidariedade para com o povo ucraniano.
Os produtores do evento viram que não era o momento ideal para festejos. Em solidariedade com a Ucrânia, mostraram o desagrado com a guerra e começaram a ser feitas alterações. A Semana da Moda foi marcada por um espaço sem cor e sem som.
O preto predominou o pano de fundo dos desfiles, assim como a pouca luminosidade utilizada.
Certos estilistas apresentaram coleções com as suas interpretações da guerra. Armaduras apareceram nos desfiles da Dior e Balmain. Além disso, a Dior focou-se no pós-II Guerra Mundial e refez o new look, apresentando uma alteração da alfaiataria para as mulheres, com o intuito de incitar à liberdade.
A Giorgio Armani também mostrou o seu desagrado com a situação atual e decidiu realizar o seu desfile sem som. Armani partilhou nas suas redes sociais o momento do desfile e deixou a sua mensagem de apoio ao povo ucraniano: “Não queremos celebrar nada”. A sua coleção teve como base tons mais escuros como o azul, preto e o prateado.
Apesar deste clima sombrio que a Europa está a atravessar, o evento quis deixar transparecer a paz e a esperança.
Fonte da capa: SHOW Studio
Artigo revisto por João P. Mendes
AUTORIA
Chama-se Lara Pires do Carmo, tem 19 anos e nasceu em Portimão, a 4 de dezembro de 2002. Tirou o curso de Línguas e Humanidades e com algumas dúvidas sobre o que queria seguir especificamente na vida, optou por fazer um ano de pausa dos estudos em 2020. Em 2021, ingressou no curso de Relações Públicas e Comunicação Empresarial na Escola Superior de Comunicação Social.