Síntese do mês de março
No Brexit, a indefinição continua
Haverá acordo ou não? Esta é a questão que divide a sociedade europeia e, em especial, a Britânica. A data para a saída do Reino Unido estava marcada para dia 29 de março, mas ao longo do mês rapidamente se concluiu que a data não seria cumprida. O partido conservador, liderado pela primeira ministra Teresa May, atravessa uma fase de rebelião interna que tem minado a possibilidade de um voto definitivo para o acordo do Brexit. May aproveitou e colocou a sua carreira política em xeque ao anunciar que quando o acordo com a União Europeia for aprovado pelo parlamento em Londres se irá demitir. A única certeza em redor do Brexit é a indefinição e os próximos meses vão ser determinantes para o futuro de toda a Europa.
Em Moçambique, o desastre é maior todos os dias
O mês de março fica marcado pelo nome “Idai”. A tempestade no hemisfério Sul que afetou países como o Zimbabué ou Malawi deixou um rasto de destruição. Contudo, em Moçambique, a tempestade foi um desastre de proporções ainda por apurar em definitivo para as estruturas do país, em particular a zona da Beira, uma das maiores cidades de Moçambique. Contabilizados estão mais de 400 mortos e calcula-se que mais de 800 mil pessoas estejam afetadas pelas cheias provocadas pelo “Idai”. Não há, para já, registo de vítimas portuguesas. O país viu destruídas milhares de habitações e a eletricidade e a água potável tardam em aparecer para a população afetada. Para já, estão registados 5 casos de cólera, mas a falta de saneamento pode provocar um surto da doença que é fatal e rápida a propagar-se.
O atentado que levou ao choque da Nova Zelândia
Um ataque cobarde e bárbaro provocou 49 mortes na cidade de Christchurch. O atentado foi efetuado em duas mesquitas. A primeira ministra do País, Jacinda Arden, classificou o ataque como “terrorista, provocando um dos dias mais negros da história do país”. O atacante, Branton Tarrant, cidadão australiano, define-se abertamente como de extrema direita e propagou uma mensagem de ódio ao Islão, alegando ser uma religião que coloca em causa os valores europeus com os quais se identifica. Tarrant esteve em vários países europeus, entre os quais Portugal, de forma a obter “doutrinação” que serviu de base para o seu manifesto: “A grande substituição”, onde propaga as suas ideias de extrema direita. O atacante dispensou o seu advogado e irá, ele próprio, defender-se das acusações de que está indiciado. Os enfermeiros marcham de branco pela capital.
A contestação dos enfermeiros não parece ter fim
A luta dos enfermeiros pela revisão da carreira especial de enfermagem, pelo descongelamento de progressões de carreiras, pelo pagamento a enfermeiros com especialidade e pela contratação de mais trabalhadores continua e não foi possível, ainda, haver um consenso com o governo.
Os enfermeiros marcaram o mês de março com a sua marcha branca pela capital, que se realizou dia 8, e agora anunciam uma nova paralisação.
Esta nova greve, sendo a terceira desde Novembro de 2018, foi anunciada pelo sindicato – Sindepor – após a visita do primeiro-ministro aos hospitais, onde esteve acompanhado pela Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Rita Cavaco.
A greve total irá realizar-se entre 2 e 30 de Abril e vai abranger as ilhas. Todavia, os serviços mínimos foram garantidos.
Síntese revista por Catarina Gramaço