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Síria. 1,106 crianças morreram em 2018, segundo a UNICEF

A UNICEF alertou, num comunicado publicado na segunda-feira, para o número de crianças mortas em 2018 pelo conflito na Síria. Minas por detonar são a principal causa da mortalidade infantil no país.  A organização da ONU também salientou as condições precárias em que vivem famílias e crianças nos campos de refugiados e noutras zonas da Síria.

Segundo os dados da ONU, morreram 1,106 crianças em 2018 – vítimas dos combates na Síria. Henrietta Fore, diretora executiva da UNICEF, afirma que estes números são apenas aqueles que a organização conseguiu verificar e que o número da mortalidade infantil pode ser muito maior. Mesmo assim, o ano passado foi o mais mortal para as crianças na Síria. As minas não detonadas foram as principais causas de morte e de ferimentos para 434 crianças em 2018.

No comunicado publicado na internet, Henrietta Fore explicou o grande mal-entendido sobre a guerra na Síria. “Atualmente, existe o mal-entendido alarmante de que o conflito na Síria está quase a acabar. Não está. As crianças no país continuam em perigo. Tanto quanto estiveram nestes oito anos de conflito”.

As preocupações da diretora executiva da UNICEF estendem-se às condições em que vivem muitas famílias e aos refugiados. “A situação das famílias em Rukban, perto da fronteira da Jordânia, é desesperante”. As famílias têm “acesso limitado a comida, água, abrigo, cuidados de saúde e educação.”, segundo Henrietta Fore.

O campo de refugiados de Al Hol, no nordeste do país, com 65,000 refugiados é outro foco de preocupação. Existem cerca de 240 crianças separadas das suas famílias e sem acompanhamento. Desde o início de 2019 já morreram também muitas crianças a tentar chegar a este campo.

Henrietta Fore salientou também os desafios que os países vizinhos da Síria enfrentam ao acolherem 2,6 milhões de crianças refugiadas. Mesmo com o apoio da comunidade internacional e da própria ONU, muitas famílias não conseguem colocar os filhos na escola por falta de rendimentos. Trabalho e casamento infantil costumam ser a opção nesta situação.

De acordo com os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mais de 5,6 milhões de sírios já fugiram do país desde o início da guerra em 2011 e cerca de 6 milhões de sírios estão deslocados internamente.

Artigo revisto por: Andreia Jesus