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Snowden: “Não tenham medo de Trump”

Após a vitória de Donald Trump nas eleições americanas, Edward Snowden apela a uma defesa ativa dos direitos por parte dos cidadãos.

Durante uma videoconferência entre a Rússia (país onde se encontra exilado) e Amsterdão (Holanda) sobre o filme de Oliver Stone que relata o seu caso, Edward Snowden – o ex-consultor da NSA (Agência de Segurança Nacional) – apela à participação ativa por parte da sociedade na manutenção dos seus direitos. Assim, este defende que a sociedade é que deve ter a iniciativa para construir um mundo melhor e “não estar à espera de um Obama ou ter medo de um Trump”.

Apesar de considerar a vitória de Donald Trump um “momento negro” na história americana, afirma que os cidadãos têm um papel fulcral na defesa dos seus direitos. Para além disso, vai mais longe e insiste na questão de “como defender os direitos de todos em todo o lado, independentemente das fronteiras”.

Face a essa questão além-fronteiras, concede um exemplo recente do país onde atualmente se encontra exilado, a Rússia: neste ano foi aprovada a “lei Big Brother”, que obriga as empresas “online” a concederem os dados dos seus utilizadores às entidades nacionais quando solicitados.

É de relembrar que Edward Snowden é conhecido por ter um importante papel na preservação dos direitos pessoais e civis, uma vez que se encontra exilado desde 2013 por ter revelado milhares de documentos classificados sobre a vigilância pela administração americana de dados privados dos cidadãos após os atentados do 11 de setembro.

Quando questionado sobre se teme pela sua segurança após a eleição de Donald Trump e a melhoria consequente das relações internacionais com a Rússia, Snowden confessa que tema a sua extradição e julgamento por espionagem. No entanto, não lamenta a sua ação – “É claro que me preocupo com o que me possa acontecer, mas eu sou a parte menos importante disto tudo. Isto não é sobre mim, é sobre todos nós”, referiu.