Editorias, Opinião

Sócrates “à solta”

Saudações, caros leitores. Este vai ser o meu primeiro artigo para a ESCS MAGAZINE – Secção de Opinião. No final do ano de 2014 e ao longo de todo o ano de 2015, um dos temas que tem envolvido maior mediatismo, e que promete não ficar por aqui, é o caso Sócrates ou “Marquês de Pombal”.

Tudo isto começou quando o ex-primeiro ministro José Sócrates foi preso em Novembro de 2014 por suspeitas de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção. Passado quase um ano, desde a sua detenção, surge a notícia (no dia 3/4 de Setembro deste ano) de que iriam alterar o estatuto prisional de prisão preventiva para prisão domiciliária, talvez por falta de provas ou porque já passou muito tempo preso. Tendo em conta as críticas de que Sócrates foi alvo enquanto estava no governo e os elogios que teve quando estava na prisão, porque é que tantas pessoas são contra a sua libertação ou mudança do estatuto prisional? Não consigo perceber o porquê desta mudança de comportamento ou de opiniões em diferentes situações/contextos, sem haver uma explicação plausível ou razões para tal.

Por ventura, posso dizer que achei ridículo quando vi a notícia de que ele iria andar “à solta” com quatro guardas a vigiarem-no. Até o facto de ele estar a viver na Alameda, num apartamento com três pisos, piscina interior e todos os luxos, e de a sua antiga casa ter sido vendida por 650 mil euros, demonstra a mediocridade da sociedade portuguesa em termos de política, justiça e segurança.

Tal como devem saber, o ex-primeiro ministro José Sócrates tinha todos os luxos no serviço prisional e até conseguia enviar cartas, para a SIC, a criticar não só o Tribunal como também as acusações que eram feitas contra ele. Como é que saiu impune? Penso que até isso é violar a lei, porque está a colocar em causa o Tribunal de Instrução, os órgãos prisionais e de direito, e até o próprio sigilo do caso foi posto em risco, ou seja, os políticos estão no topo da sociedade portuguesa sem serem realmente acusados de algo.

Como é que dizem que não há provas? Caso face oculta? Freeport? 20 milhões “emprestados” ao amigo? Offshore’s? Packs e Troika? Vida luxuosa em França? Ninguém se lembra destes casos? E ainda dizem que não há provas? Por amor de Deus, ele mesmo referiu: ” Por um país mais pobre! Po… perdão, por um país mais solidário”, definindo assim o objectivo dos políticos, de encherem os bolsos à nossa custa.

Para acabar, o homem merece ser bem tratado, lá está, até entra no prédio com uma t-shirt e tem visitas do seu grande amigo Mário Soares, outro exemplar da nossa política, para se sentir mais acarinhado.

(O Pedro Almeida escreve segundo a norma do antigo acordo ortográfico.)

AUTORIA

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Pedro Almeida, de 21 anos, é um estudante universitário do curso de Publicidade e Marketing, cuja paixão reside no Marketing, na escrita e na responsabilidade social.