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“Acredito que há uma princesa em cada uma de nós” – Teresa Guilherme

“Acredito que há uma princesa em cada uma de nós” – Teresa Guilherme

Quem é Teresa Guilherme? Pois é, estamos habituados a vê-la nas nossas casas pela caixinha mágica que é a televisão. Entre trocadilhos e mais trocadilhos, Teresa é conhecida por ser a rainha dos reality shows… Mas quem é esta mulher?

Fui conhecer a mulher, a menina, a guerreira. A rainha dos reality shows permaneceu no pequeno ecrã e eu estive apenas à conversa com Teresa.

Os pais de Teresa não queriam que ela fosse artista, visto ser um meio muito instável. Contudo, este meio sempre a fascinou: “Achava muito divertida aquela vida muito diferente”.

Começou por ser produtora, isto depois de perceber que não podia ter vida de palco sendo cantora, uma vez que a sua voz não o permitia. No entanto, o bichinho pelos desafios permaneceu sempre: “Tinha horror à ideia de: eu vou saber o que estou a fazer, todos os dias da minha vida”. Teresa, nunca se deixou conquistar pela ideia de estabilidade familiar, apesar de ser uma pessoa de muitas rotinas. Por exemplo, tem aqueles dias de estar em casa, a ver filmes, no quentinho.

É uma mulher muito ligada à família, não só à de sangue como àqueles que acolhe na sua vida. É um contrassenso, porque nunca sentiu o apelo da maternidade. Essa vontade nunca tomou conta de si porque a vida lhe trouxe outras coisas e nunca sentiu falta disso. Gosta muito da sua independência, de viajar sozinha e da companhia dos seus livros. O papá das pernas altas é o livro da sua vida, lido quando ainda era pequenina. Foi o primeiro que lhe veio à cabeça quando lhe perguntei qual era o livro que a tinha marcado mais.

Não dispensa a companhia de um livro para onde quer que vá. E diz ainda que se estiver nervosa é capaz de pôr um livro debaixo da almofada de tão boa que é a relação com os livros.

Teresa era aquela menina que defendia os mais fracos na escola e enfrentava quem fosse preciso, característica que se manteve, apesar de, com o passar dos anos, ter aprendido que nem todas as lutas valem a pena.

Na televisão vemo-la sempre em modo “princesa”, algo que aprecia no mundo do espetáculo: essa transformação, essa magia. No entanto, no dia-a-dia, não é nenhuma destas coisas. Encontrei-me com ela ainda antes da “magia” da transformação da maquilhagem e dos vestidos cheios de classe e elegância. Cara lavada, um fato de treino e uns ténis e lá vinha ela para a TVI. Descontraída e confortável e pouco se importando com o que os outros fossem dizer.

“Eu detesto maquilhar-me e arranjar-me” – Ia-me dizendo muito segura e descontraída.

Quanto às muitas críticas que recebe pela sua singularidade, aprendeu que o melhor era não ligar a nenhumas, nem às positivas nem às negativas. Não lê nada, e quando lê é depois de uma triagem da sua secretária que lhe diz o que é para ler e o que não é para ler.

Acredita em histórias e é por isso que gosta tanto do formato que lhe é inato, os reality shows. Esses mostram a história de cada um. Para ela, toda a gente tem uma boa história para contar, sejam anónimos ou não.

Não existem filtros para Teresa. No entanto, Teresa diz que quando a vemos na televisão apenas vemos uma parte de si. Isto porque nem todos os dias são bons dias e quando está em baixo ou num dia “não”, não o pode deixar transparecer: “É o meu lado solar que está em frente às câmaras, o lunar fica fora da televisão”.

Quando se fala em rádio, diz que sente falta do contacto com as pessoas e que isso é muito importante para si. Essa é uma das razões que a fizeram criar um site ou um “sítio” seu. Precisava de sentir mais o público e a pequena caixa mágica não lhe permite o tanto que quer. Esse “sítio” tem o seu cunho pessoal, chama-se “Like3za”.

Por vezes sente que a sua própria vida é um reality show, porque uma pessoa que é conhecida é sempre observada e todos os seus passos são controlados. Teresa deixou mesmo de ir às praias portuguesas, pois sente que está sempre a ser observada. Essa é também uma das razões pelas quais gosta tanto de viajar, já que noutros países é menos conhecida e pode andar à vontade na rua.

É uma mulher muito ligada ao esoterismo. Sente que tem muitas características de caranguejo mas que é o seu ascendente, leão, que a empurra para o mundo do espetáculo.

A sua paixão pela comunicação vê-se também quando falamos com ela, é expressiva e muito comunicativa. Não é mulher de meias palavras.

É pela Disney que o seu coração bate quando precisa de ouvir músicas, seja por estar feliz, nervosa ou apaixonada. Cada música para si tem um momento certo. É uma romântica e apaixonada e não o esconde.

Identifica-se com a Cinderela mas acha que é uma “Branca de Neve, porque vai para a floresta, fala com os passarinhos…”.

“Acredito que há uma princesa em cada uma de nós”: para Teresa, as mulheres gostam de ser tratadas como princesas de vez em quando, tanto no dia de casamento como nas idas à televisão.

O seu lema de vida é “dos fracos não reza a história”, ou seja, não é bom ficarmo-nos pela dor, temos de procurar sempre uma solução. Ter um plano A, B, C e todas as letras do abecedário.

É uma mulher que luta por aquilo em que acredita e diz que isso implica muita coragem porque se paga caro lutar sempre pelos nossos ideais. Aprendeu, com a vida, que por vezes já não vale a pena dizer alguma coisa: “já não vale a pena, já não me apetece” em certas ocasiões.

Estar parada não é sinónimo de Teresa Guilherme, porque, segundo ela, enquanto existem oportunidades, saúde e energia deve-se viver a vida.

Não tem um modelo fixo a seguir, vai-se inspirando em qualidades de várias pessoas: no que lê, no que vê no mundo e na excelência de cada pessoa. Admira o que é sublime, a excelência e quem procura sempre o melhor.

Teresa Guilherme - Foto com a Mãe

A imagem da página de facebook de Teresa mostra a sua simplicidade e o amor pela D.ª. Lídia, sua mãe.

“Gostar tanto de mim”, esta é a expressão de carinho que Teresa mais gostou de ouvir da mãe e que considera um elogio. A D.ª Lídia e Teresa são muito ligadas. Lídia confia na filha e acredita que a filha é capaz de tudo. Teresa ri-se quando fala disto e conta que a mãe acha que ela tem uma espécie de varinha mágica, um truque qualquer, que a faz ser capaz de qualquer coisa.

Nem só de força é feita Teresa Guilherme, por vezes também tem as suas fragilidades: “Tenho muitas fragilidades, mas são só momentos porque logo a seguir vai tudo à frente”.

Acredita que todos têm um destino e que no dia em que a sua vida chegar ao fim irá para um lugar bom mas afirma: “É difícil viver sem vender a alma ao diabo”.

Teresa sente que o seu dever tem sido cumprido e que se por acaso o seu fim estiver perto vai feliz porque sente que concretizou tudo o que quis e gostou de tudo o que fez.

A maior lição de vida que D.ª Lídia tem dado à filha é a calma que incute a Teresa, pois Teresa é muito impulsiva. A mãe de Teresa equilibra o seu lado mais dramático: “continua a pôr-me no sítio até hoje”.

Aquilo que mais lhe traz felicidade é a paz de estar em casa, as pequenas coisas da vida e a sensação de dever cumprido: “Acho que se deve viver todos os momentos”.