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Um desabafo sobre o streaming

Streaming – a palavra que ouvimos constantemente nos dias de hoje, mas que poucos sabem definir. O que é, então, o streaming? Na prática, é uma tecnologia de transmissão de dados pela internet, quer seja áudio ou vídeo, sem a necessidade de fazer qualquer tipo de downloads.

De facto, temos mais serviços de streaming em Portugal do que dedos nas mãos. Os grandes players são, sem dúvida, o Spotify (no áudio) e a Netflix (no vídeo). Existem mais, mas é nos serviços de streaming de vídeo que me quero focar.

Em Portugal, a Netflix está presente desde 2015 e rapidamente assumiu a posição de liderança – tanto no mercado nacional como no mercado americano. Só recentemente é que começou a sentir concorrência, com a chegada da HBO a Portugal. A Amazon Prime Video já está em território nacional há mais tempo, porém nunca representou grande perigo para a Netflix. Quanto muito, era um complemento. Temos ainda o NOS Play – exclusivo para clientes NOS, e o FOX +.


Porquê falar do streaming agora? Por três motivos.

Além disso, existem cada vez mais portugueses a aderirem a este tipo de serviços. Não há dados concretos, mas a tendência no mundo tem sido para um aumento crescente dos clientes das plataformas de streaming e o decréscimo das assinaturas por cabo. Em Portugal, ainda não acontece, porque, na maioria dos casos, estes players servem como um complemento do cabo e não como uma substituição.

Fonte: Roku

Por fim, e permitam-me o tom crítico, as próximas duas novidades de que vos vou falar deixam-me um pouco preocupado. Porquê?  Ora, o que tornou a Netflix e a ideia do streaming tão atrativa foi a quantidade de conteúdo disponível por um preço baixo (que tem vindo a aumentar nos últimos anos, eu sei). Com o aumento do número de serviços, o preço total vai, sem dúvida, aumentar e provavelmente isto vai representar um retrocesso na área, visto que o valor final irá chegar perto dos números da conta mensal de uma operadora de cabo. E não é isso que os consumidores querem.

Como é que se pode solucionar este “problema”? Uma ideia – e que me parece ser a mais acertada –, é a existência de pacotes conjuntos. Isto é, o cliente compra um pacote que inclua diferentes serviços de streaming. Temos, assim, o caso da Disney, que vai entrar no mercado no próximo mês, que está a planear lançar um pacote que inclua o Disney +, a ESPN e a Hulu, por um valor a rondar os 12 dólares por mês.

Para já, este pacote será apenas em território americano. Mas, o futuro passa por aqui.


Artigo revisto por Bruna Gonçalves