Opinião

Gerir a comunicação nas redes sociais

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) influenciam, sem qualquer margem para dúvidas, as dinâmicas sociais. É um dado assente, ponto final. A Sociedade em Rede, assim apelidada pelo sociólogo Manuel Castells, é uma realidade. Como sinal dos tempos, os social media representam a expressão máxima desse paradigma. A seu tempo – umas mais cedo, outras nem tanto –, as organizações aperceberam-se do potencial que as redes sociais assumem junto dos seus stakeholders. O Facebook e o Twitter são exemplos disso mesmo, embora o alcance do último seja bem mais tímido (pelo menos no contexto nacional). Organizações e utilizadores – sejam eles quem forem – estão próximos como nunca antes estiveram.

Reconheçamos, pois, o mérito destas plataformas sociais. Os mais audazes (e visionários) conseguiram rapidamente identificar oportunidades de negócio assentes num modelo de comunicação baseado em relações de partilha em rede. Para além disso, actualmente, quer as organizações quer os seus stakeholders já começam a encarar os media sociais como um canal de comunicação oficial, tal como o é um website institucional. Passados cerca de 25 anos – apenas! – desde a criação da World Wide Web, por Tim Burners-Lee, há quem encare os social media como a galinha dos ovos de ouro da Era digital. Tal não deverá ser aceite como dogma.

É certo que o potencial revolucionário destas redes é inquestionável. Mas não há receitas milagrosas. Há que saber tirar partido das suas potencialidades. É esse o cerne da questão. Neste sentido, estar presente nas redes sociais não é suficiente per si. A vantagem competitiva reside no como se está. E para se saber estar, é necessário munirmo-nos de profissionais devidamente habilitados. Se a pressa é inimiga da perfeição, o amadorismo também o é. O gestor de social media apresenta-se como um recurso humano qualificado, tendo o perfil indicado para desempenhar as tarefas inerentes à gestão e monitorização da presença de uma dada organização nas redes sociais. Debrucemo-nos sobre algumas das suas valências.

1. Acima de tudo, compete-lhe garantir que a comunicação nos social media está alinhada com o planeamento estratégico das organizações. Para tal, é imprescindível que conheça a organização no seu todo.

2. Contrariando o dito popular, neste caso, a curiosidade não matou o gato. Quer isto dizer que este profissional deve ser naturalmente curioso. O mundo das redes sociais está em permanente mutação. As novidades são uma constante. Veja-se o Facebook: ora num dia temos um mural, ora no seguinte passamos a ter uma cronologia. O gestor tem que estar ao corrente de tudo o que se passa no seio das redes sociais.

3. Saber escrever é fundamental, quer ao nível das técnicas de escrita para a web, quer na forma como se interage com os utilizadores, a qual deverá ser coloquial.

4. Actuar com sentido de urgência é fundamental. É imperativo dar resposta aos comentários o mais rapidamente possível. Não é aconselhável deixarmos um utilizador sem reposta. Todos sabemos que um cliente insatisfeito é prejudicial para o negócio.

É claro que existem muitas outras competências que caracterizam este profissional. Muito mais havia por dizer. Ainda assim, estas são apenas algumas dicas e pistas que poderão, quiçá, interessar a eventuais interessados pela temática da gestão da comunicação nas redes sociais.

AUTORIA

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Diz que é o cota da ESCS MAGAZINE. Testemunhou o nascimento do projeto, foi redator na Opinião e, hoje, imagine-se, é editor dessa mesma secção. Recuando no tempo... Diz que chegou à ESCS em 2002, para se licenciar, quatro anos mais tarde, em Audiovisual e Multimédia. Diz que trabalha há nove no Gabinete de Comunicação da ESCS – também é o cota lá do sítio. Diz que também por lá deu uma perninha como professor. Pelo caminho, colecionou duas pós-graduações: uma em Comunicação Audiovisual e Multimédia (2008) e outra em Relações Públicas Estratégicas (2012). Basicamente, vive (n)a ESCS. Por isso, assume-se orgulhosamente escsiano (até ser cota).