Informação

Vulcão em erupção na ilha do fogo e do gelo

Depois de semanas na expectativa de uma erupção, na noite de segunda feira, dia 18 de dezembro, a lava do vulcão Reykjanes, na Islândia, emergiu e invadiu Grindavik.

O Despertar do Fenómeno

Desde o início do mês de novembro que a atividade sísmica na ilha do fogo e do gelo se fazia sentir frequentemente. Já tinham sido registadas milhares de ocorrências sísmicas que danificaram edifícios e abriram fissuras em estradas. Tal aconteceu como consequência da deslocação do magma subterrâneo até à superfície, que estava apenas a 800 metros de profundidade. 

Fonte: SIC Notícias

Devido à monitorização da situação, o país preparou-se antecipadamente para a possível erupção do vulcão, retirando preventivamente milhares de pessoas da cidade de Grindavik, que se localiza a quatro quilómetros de Reykjanes. A cidade de Grindavik encontra-se, portanto, classificada como zona vermelha, sendo uma zona de perigo onde se podem vir a registar casos de fissuras, fluxos de lava e contaminação por gases perigosos. Contudo, a situação está sob controlo e não classificada como zona roxa, na qual o perigo é superior.

Implicações

A Lagoa Azul, umas das mais famosas atrações na Islândia, foi encerrada pelas autoridades no início de novembro devido à forte atividade sísmica. Helena Pereira, professora de Português em Lisboa, encontrava-se no país num programa de Erasmus e foi diretamente afetada pelo fenómeno. “Senti alguns abalos, aliás, eu fui a primeira a sentir. Pensei que eu é que estava a imaginar coisas sugestionadas pelas informações que íamos recebendo, mas depois as minhas colegas acabaram por sentir também mais tarde”, declarou à ESCS Magazine.

Helena foi uma das muitas pessoas que viu a sua visita ao spa termal localizado na cidade de Grindavik cancelada. “Fiquei com imensa pena, porque acho que era a atividade que eu mais queria fazer dentro do programa cultural do curso”, confessa.

Já se fazem comparações com a erupção de Eyjafjallajokull, em 2010, que provocou um transtorno tremendo no espaço aéreo europeu, tendo obrigado  ao cancelamento de milhares de voos. Contudo, apesar de o vulcão Reykjanes se encontrar a apenas 20 quilómetros do aeroporto internacional de Keflavik, a quantidade de cinzas expelidas não é suficiente para comprometer o tráfego aéreo na Islândia e na Europa. Bjarne Benediktsson, ministro dos negócios estrangeiros da Islândia, assegura que os voos internacionais se manterão abertos. 

Fonte: EPA

Estado atual

Durante a madrugada seguinte à erupção, o Instituto Meteorológico Islandês (IMO) registou uma diminuição na atividade do vulcão, contudo,“a diminuição não é uma indicação da duração da erupção, mas sim que a erupção está a estabilizar”, constatou o Instituto. 


A erupção é visível da capital do país, Reykjavik, que se encontra a cerca de 40 quilómetros de distância. Para muitos, este fenómeno natural é visto como uma atração turística e não como uma ameaça. A Islândia é dos países mais bem preparados para erupções vulcânicas, tal como o Japão o é para ocorrências sísmicas de larga escala. As monitorizações são constantes e as prevenções são colocadas em prática com antecedência. Tal confirma João Birrento, emigrante português na Islândia, em declarações à SIC Notícias:“tem sido muito mais uma atração turística do que um perigo iminente de alguma coisa grave a acontecer na Islândia. Eles estão ‘super’ preparados para este tipo de situações, estão sempre a monitorizar a atividade sísmica”.

Fonte: Instagram/@alberttourguideiceland via g1

A beleza da força da natureza

No seio da manifestação da força da natureza, os islandeses convivem em segurança e admiram o fenómeno de longe. Na ilha do fogo e do gelo, a natureza revela-se de diversas formas e feitios, onde vulcões desafiam os céus e as caves de gelo parecem testemunhas imponentes do tempo, entre muitos outros fenómenos naturais. 

A beleza inigualável da Islândia denota a natureza no seu estado mais puro e poderoso. As erupções vulcânicas apresentam desafios imediatos, mas também trazem novas oportunidades – a renovação e fertilização dos solos ou o moldar de novas paisagens. Além de um ciclo de renovação e criação, este fenómeno ressalta a resiliência da natureza para se reinventar e prosperar.

Fonte da capa: Getty Images

Artigo revisto por Margarida Pedro

AUTORIA

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A Madalena está no último ano da licenciatura em Audiovisual e Multimédia. Antes disso, já esteve em Engenharia Mecânica e em Relações Públicas. Tudo tem algo de interessante para a Madalena, o que faz com que queira aprender sobre tudo, por isso, também ser Redatora na ESCS Magazine, pelo seu gosto e interesse pela escrita. E a seguir a Audiovisual e Multimédia? Com certeza que irá aprofundar mais algum dos seus variados gostos... será Biologia? Música? Cinema?