Opinião

Palavra de GAMER: Neuromarketing – O “Jogo” da Mente

Quando foram criados os conceitos de marca, mercado e bens, pensava-se que eram as próprias empresas que detinham o poder de controlar o seu próprio sucesso, ou seja, tudo dependeria da qualidade dos bens produzidos e da capacidade de dissimular a opinião dos seus clientes face aos concorrentes.

Dentro desta corrente de pensamento, houve um CEO de uma empresa que ficou bastante conhecido pela expressão “o carro é disponível em qualquer cor, contanto que seja preto”, mostrando assim o poder que as empresas pensavam ter nos seus clientes.

Contudo, a mentalidade das pessoas foi evoluindo e rapidamente passámos de clientes manipuláveis a consumidores racionais que já não se deixavam manipular ou enganar tão facilmente pela publicidade. Por essa mesma razão, surgiu a necessidade, por parte das empresas, de tentar conhecer melhor as motivações e os comportamentos do seu público-alvo, não só para satisfazer as suas necessidade mas também manipulá-lo sem que ele próprio se aperceba de que está a ser influenciado.

Surge assim o neuromarketing através do Dr. Gerald Zaltman, já em meados dos anos 90 apesar de, em anos anteriores, terem sido realizadas diversas pesquisas e experiências em nome da neurociência, contribuindo em larga escala para compreender o funcionamento cérebro e as diferentes reações cerebrais dos indivíduos face a um determinado estímulo.

A verdade é que ainda não há uma definição exata para neuromarketing mas sim um conjunto de conceitos que o definem enquanto estudo das respostas do cérebro à publicidade e a todas as mensagens e imagens associadas a ela ou também às estratégias de marketing, focando-se assim no cérebro para posteriormente antecipar o comportamento/atitude do consumidor.

Esta é uma área ou uma ciência que permite finalmente mapear o cérebro humano face a todo o tipo de estímulos através técnicas nunca antes imaginadas, as quais trazem avanços significativos na área do Marketing.

O principal problema é que todas estas técnicas exigem um pressuposto ético fortemente criticado, isto porque as pessoas têm de se sujeitar a condições algo adversas, por exemplo terem de colocar um capacete com elétrodos na cabeça. Para além disso, muitas destas informações são obtidas sem que o indivíduo esteja consciente de si mesmo.

Não obstante, todas estas críticas, e, tendo em conta as vantagens existentes, quase que podemos apostar no neuromarketing como o marketing do futuro, o qual será imprescindível para compreender o consumidor e os seus comportamentos. Concluindo, para que isto possa realmente acontecer, penso que seja necessário criar um código de conduta que descreva quando e como é que o neuromarketing pode ser utilizado.

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