Informação, Informação

Estado português fica com 50% da TAP mas a gestão continua em mãos privadas

Captura de ecrã 2016-02-7, às 02.36.56

O Governo de António Costa concluiu as negociações com o consórcio e recupera 11% do capital da transportadora aérea. O memorando de entendimento determinou que o presidente do conselho de administração da empresa passa a ser nomeado pelo Governo.

O objetivo era a reversão da privatização da companhia para que o Estado assumisse a posição maioritária. Depois de dois meses e meio de negociações entre o Governo e o consórcio Gateway, a TAP continua com gestão privada e o Estado com o poder de vetar algumas das decisões tomadas pelos restantes acionistas.

“Os interesses da TAP tinham de vir ao de cima, permitindo este desfecho. Chegamos a um acordo de 50/50 de participação social, pelo que a empresa será privada”, explicou Fernando Pinto, presidente do conselho de administração da TAP. Um dos sócios do consórcio privado, David Neeleman, acredita que o mais importante foi alcançado: a transportadora aérea ficar em mãos privadas.

Numa entrevista ao semanário Expresso, o ministro do planeamento e infra-estruturas, Pedro Marques, mostra-se feliz pelo acordo alcançado e diz que “ a gestão da TAP tem sido de natureza privada e está bem entregue”. Diz ainda que “a empresa precisa de recuperar resultados financeiros e fica numa situação mais forte até haver algum tipo de dispersão do capital”.

Já os partidos à esquerda, que apoiam o executivo de António Costa, revelam-se insatisfeitos com o acordo alcançado. O PCP acusa o governo de “salvar a privatização” e diz que o que se exigia era “a pura e simples anulação do que era nulo, expulsando da TAP o grupo monopolista que tomou conta da empresa e que o Governo PSD/CDS lá meteu ilegalmente”. O Bloco de Esquerda, pela voz de Catarina Martins, critica a reversão incompleta do negócio. “A recuperação de 50% [do capital] não é a reversão do negócio”, diz.

A assinatura do acordo ocorreu este sábado com a presença do ministro das finanças, Mário Centeno, o ministro do planeamento, Pedro Marques, e com os dois acionistas maioritários, Humberto Barbosa e David Neeleman.