A sorte favorece os audazes
Chegada a altura de partir para a Argentina, as expetativas estavam altas para o piloto da casa, Gabriel Rodrigo. O jovem piloto de Moto3 foi operado a uma lesão na clavícula há poucas semanas, mas conseguiu regressar a tempo do início da época. No Qatar, o piloto da Kommerling Gresini Moto3 conseguiu, surpreendentemente, pontuar, ainda que tenha sido submetido a uma cirurgia poucos dias antes.
Para além do piloto argentino, estavam alguns nomes em cima da mesa para a vitória na corrida. Uns mais óbvios do que outros. Pelo facto de sair na pole position, Jaume Masiá (Bester Capital Dubai) foi tomado como possível vencedor. Teve um fim-de-semana relativamente bom em termos de classificações e tinha fortes possibilidades de vir a fazer um bom trabalho. O seu conterrâneo, Aron Canet (Sterilgarda Max Racing Team), em segundo na grelha de partida e vencedor do Grande Prémio do Qatar, mostrou que, apesar de o circuito argentino não ser o seu favorito, estava pronto para disputar o pódio. Por último, John McPhee (Petronas Sprinta Racing) foi apontado por alguns colegas como o piloto ao qual deveriam prestar especial atenção, devido ao seu trabalho durante os dias anteriores.
Jaume Masiá tinha conseguido a sua primeira pole position e preparava-se para arrancar quando teve um percalço. Ao arrancar, talvez devido ao nervosismo, deixou levantar a frente da mota e quase perdeu o equilíbrio. O arranque desastroso fez com que fosse ultrapassado pelos colegas, conseguindo, por sorte, manter-se nos lugares da frente.
Como tipicamente acontece em Moto3, mantinha-se um grupo grande, muito junto, na liderança da corrida. Os pilotos foram alternando as posições, lutando avidamente pelas primeiras posições. Depois de ter estado toda a corrida no grupo da frente, McPhee acabaria por se envolver numa queda a 10 voltas do final, juntamente com Kaito Toba (Honda Team Asia) e Alonso Lopez (EStrella Galicia 0,0).
A cinco voltas do final, foi fácil começar a perceber quem poderia vir a estar no pódio do circuito argentino. Tony Arbolino (VNE Snipers), Darryn Binder (CIP Green Power), Gabriel Rodrigo e Lorenzo Dalla Porta (Leopard Racing) pareciam ser os mais prováveis de vir a discutir os primeiros lugares.
Sem ninguém estar à espera e sem se saber muito bem como, surge Jaume Masiá, que se tinha mantido longe da grande confusão. Já na última volta, o piloto espanhol acabaria por chegar à liderança depois de um erro de Rodrigo, que seguia em primeiro. O piloto da casa cometeu um erro de quem quer, a todo o custo, conseguir finalmente uma vitória e embateu no piloto que seguia à sua frente, provocando um ligeiro desequilíbrio. O argentino acabou por se aguentar sem cair, mas desceu vários lugares, terminando a corrida fora do pódio, em sexto lugar.
Ora, depois de ser retirado da luta pela vitória, o jovem Masiá não deixa escapar a oportunidade e toma a liderança da corrida nesta última volta de cortar a respiração. Corta a linha de meta em primeiro e não consegue conter a emoção. Um trabalho incrível do piloto espanhol de apenas 18 anos, que, no mesmo fim-de-semana, consegue a sua primeira pole position, acabando por vencer também a prova.
Binder cortou meta em segundo, depois de uma qualificação desastrosa no dia anterior que o faria sair de 20º na grelha de partida. Em terceiro ficaria Arbolino, que partiu dessa mesma posição e se manteve consistente e concentrado até ao final da corrida.
A próxima corrida terá lugar em Austin, Texas, nos dias 12, 13 e 14 de Abril. Esta será a terceira ronda do calendário de 2019. O pódio será certamente diferente do ano passado, visto que este era composto por Enea Bastianini, Marco Bezzecchi e Jorge Martin, que ascenderam este ano à categoria intermédia de Moto2.
Fonte fotografia “thumbnail”: MotoGP
Artigo revisto por Catarina Gramaço