Nerve e companhia ao leme do Titanic
O quatro de dezembro ficará marcado na memória dos presentes pelo concerto de Nerve, no Titanic Sur Mer, em Lisboa. Além da irreverência de Blasph na abertura, Nerve fez-se acompanhar de Il-Brutto, produtor e DJ.
Antes de o cabeça de cartaz subir ao palco, Blasph teve dois convidados surpresa. TNT e Kulpado, ambos integrantes da M.A.C. (Missão A Cumprir) – crew de rap de Almada que surgiu no final dos anos 90 –, apareceram para agitar as hostes e diversificar ainda mais esta noite de hip hop no Cais do Sodré. Antes de sair, Blasph ainda fez uma homenagem a um amigo que morreu recentemente, alertando para a violência nas ruas, em Portugal.
Os dois terços de Escalpe ficariam completos mais à frente, com Tilt a entrar em cena para o “Thomassin”. Nerve, o “não-rapper” que costuma utilizar o Patreon para partilhar conteúdo exclusivo com os seus apoiantes, lançou a faixa Gangrena na plataforma, no final de novembro. Apesar de não ter sido publicada noutras plataformas, Nerve aproveitou para presentear o público com essa surpresa.
O ponto alto da atuação aconteceu quando o “sacana nervoso” soltou o Tríptico: pelos vistos, o som mais adorado pelos presentes. A sala do Titanic estava bem composta numa noite cheia de beats sombrios e letras épicas. A apresentação de teste negativo à Covid-19 era obrigatória, segundo as novas medidas de controlo da pandemia, e nem isso desvaneceu a vontade de quem quis marcar presença.
A próxima aparição do novo membro da Raia Records será dia 11 de dezembro, ao lado de Francisco Gomes, com mais uma “Purga”: sessão de poesia, realizada na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
Fonte de capa: Time Out Lisboa
Artigo revisto por Andreia Custódio
AUTORIA
Juntou-se à secção de Música na ESCS Magazine para poder escrever sobre os sons que tanto o arrepiam. Traz uma visão ampla sobre a nova escola do “hip-hop tuga underground” - o estilo que se propõe a acompanhar com maior regularidade. Procura distanciar-se dos artistas mais comerciais e focar-se em nomes menos sonantes, que merecem o devido reconhecimento.