Red Hot Chili Peppers: um regresso ao passado pela mão de Frusciante
No início de fevereiro, os Red Hot Chili Peppers lançaram o single Black Summer, juntamente com uma notícia há muito esperada: um novo álbum. Desta vez, redijo um artigo direcionado para a conceituada banda americana, que agora se destaca pelo regresso de um dos melhores guitarristas da atualidade. Também conhecido como Johnny Trickfinger, eis que John Frusciante está de volta.
Com o lançamento de Black Summer, os Red Hot anunciam uma viagem ao passado, deixando os fãs com água na boca para o novo disco. As melodias de Frusciante vieram também ressuscitar o melhor da voz inconfundível de Anthony Kiedis.
Apesar de tudo, podemos dizer que se trata de uma música q.b. comercial – sendo um single que certamente estará no álbum. Esperemos que não seja mentira, mas o Unlimited Love tem como data prevista para o lançamento o dia um de abril.
A banda chegou a ser anunciada para atuar no NOS Alive 2021, mas, com o cancelamento dos concertos em época de pico da pandemia, este ano não se mantêm no cartaz do festival.
A sonoridade é agora diferente – para melhor – comparativamente aos anos em que Josh Klinghoffer esteve na banda, no lugar de John Frusciante. Trata-se sobretudo de recuperar uma identidade que se foi perdendo ao longo dos últimos anos, com base em referências do quotidiano e a temas sempre presentes nas suas músicas, como o universo em si e todo um storytelling lunático.
Desde o Stadium Arcadium (2006) e By The Way (2002) que não se ouviam estes solos alucinantes e que arrepiam quem se identifica. No final de contas, os ritmos e dinâmicas mais constantes ao longo destes anos vinham do emblemático Flea e do experiente Chad Smith.
Ao nível da letra, interpreto Black Summer como uma referência a algo de mau que está prestes a acabar – por exemplo, o término de todas as restrições e um reaproximar da normalidade. Pode ser que, ao fim de dois anos, tenhamos finalmente um verão tudo menos sombrio. E os Red Hot dão o mote para o pós-pandemia.
Em expectativa, está um álbum enérgico, nostálgico e festivo – com todo um contexto de fãs radiantes, a partir do momento em que ouvimos dizer que Frusciante estava de regresso a casa.
Fonte de capa: RHCP
Artigo revisto por Madalena Ribeiro
AUTORIA
Juntou-se à secção de Música na ESCS Magazine para poder escrever sobre os sons que tanto o arrepiam. Traz uma visão ampla sobre a nova escola do “hip-hop tuga underground” - o estilo que se propõe a acompanhar com maior regularidade. Procura distanciar-se dos artistas mais comerciais e focar-se em nomes menos sonantes, que merecem o devido reconhecimento.