Lisboa pelas palavras de Pessoa e pelas mãos de Linhares
Ouve-se o fado nas ruas de Alfama, abranda-se o passo na Estrela e deixa-se o elétrico 28 passar. Observam-se os monumentos antigos e a pedra da calçada que teima em chamar a atenção. Sente-se o cheiro a maresia. Estamos em Lisboa e há tanto para visitar.
Lisboa – O que o Turista Deve Ver é um guia de Lisboa escrito por Fernando Pessoa, em 1925. Os desenhos que ilustram a obra são da autoria de Mário Linhares e podem ser vistos, até ao dia 3 de abril, na galeria do segundo piso do Museu dos Coches.
A obra, originalmente escrita em inglês, é uma declaração de amor de Pessoa à cidade que sempre o acolheu. Se, por um lado, guia os turistas no sentido de estes visitarem os locais mais significativos e sublimes de Lisboa, por outro lado, apela ao habitante, fazendo com que este tenha a noção dos tesouros que a sua cidade possui.
Em Lisboa – O que o Turista Deve Ver, Pessoa não faz uso da retórica; pelo contrário, apresenta-nos uma imagem clara e objetiva do património importante da cidade, seja ele arquitetónico, intelectual ou de lazer – como um guia.
Assim, Mário Linhares – artista plástico português que apresenta a sua visão do mundo através do desenho – surge como ponte de ligação entre a palavra e a obra desenhando cada um dos locais indicados por Pessoa.
São inúmeros e diversos os lugares representados: o elevador de Santa Justa, o Marquês de Pombal, as ruas de Alfama, a Nossa Senhora do Monte, o Castelo de São Jorge, os museus, os teatros e os padrões particulares desta que é uma cidade caracterizada pela cor, pelo brilho e pela luz.
A exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo no Museu dos Coches, em Lisboa, sendo que não acresce qualquer valor ao custo normal do bilhete de ingresso no Museu, que é de 3€ para estudantes e de 6€ para os restantes adultos.