Opinião

A ansiedade e o início das aulas

Artigo por Rita Vassalo

            O início das aulas traz consigo a ansiedade, quer através das avaliações, quer através da pressão que nos é submetida para que consigamos corresponder às expectativas que criam para nós – nomeadamente os nossos familiares, mas também as que criamos para nós mesmos. Afinal de contas, o maior inimigo do nosso bem-estar psicológico é o nosso próprio medo: o medo de falhar e o medo de não ser suficiente.

            A ansiedade pode traduzir-se numa força que nos motiva a fazer mais e melhor, focando-nos no objetivo de concretizar determinada tarefa com rigor. Neste caso específico do regresso às aulas, o tipo mais comum de ansiedade sentida entre os alunos é o receio de não conseguir, é o facto de não termos respostas e de termos que alcançar a excelência no desconhecido. Não saber o futuro gera ansiedade. Não saber se conseguimos alcançar aquilo para que trabalhámos gera ansiedade. A ansiedade não surge apenas quando temos medo de não concretizar determinado objetivo, mas também quando vemos os outros com objetivos definidos e nós não temos um. Tudo isso é normal e não deve ser encarado de outra forma.

            O maior erro que todos cometemos é sofrer por antecipação e querer saber o futuro sem nos focarmos somente no presente. É não vivermos um dia de cada vez e pensarmos demasiado, como quando deduzimos automaticamente que um teste vai ser difícil porque habitualmente “todos têm má nota”, segundo o professor. Isto é algo que devemos interiorizar: os resultados de uma pessoa não vão ser iguais aos nossos. O meu estudo não é igual ao do meu colega. Este tipo de pensamentos negativos conduz a uma ansiedade que poderá levar ao falhanço. É importante acreditarmos em nós mesmos e no nosso trabalho, porque onde há confiança há resultados.

            A melhor forma de reduzirmos a ansiedade inerente ao medo de não sermos suficientes é fazermos o nosso melhor. Para bons resultados, além da força de vontade, é necessário que existam métodos de estudo.

Para bons resultados, recomendo:

– Evitar atrair pensamentos negativos. Acreditem nas vossas capacidades: quanto mais confiantes estamos, melhores resultados obtemos;

– Procurar ajuda, quer de colegas, professores, familiares ou até mesmo explicações particulares;

– Não se comparem a ninguém. Os resultados dos outros não vão influenciar os vossos;

– Ter atenção às aulas e tirar apontamentos;

– Não faltar às aulas. O estudo começa aí, por isso, é muito importante captarmos informação;

– Partilhar apontamentos e ideias com os vossos colegas. É extremamente importante que exista uma boa relação com aqueles que estão no mesmo curso que vocês, de modo a que possam entreajudar-se:

– A preparação para uma avaliação deve ser feita com antecedência, para que possam juntar o máximo de informação útil e realizar uma preparação adequada;

– Rever em casa a matéria dada no dia e “passá-la a limpo”;

– Quando estamos a iniciar o estudo para um teste ou exame, é importante delinear objetivos. Gerir o nosso tempo é um passo fulcral para obter bons resultados;

– Sublinhar o mais importante e fazer resumos;

– Praticar e responder a outros testes/exames. Isto ajuda-vos a irem mais confiantes para um determinado momento de avaliação;

– Não estudar de forma exaustiva. É importante fazer pausas, de modo a conseguir ser mais produtivo. Quando estamos cansados, a nossa capacidade de concentração diminui;

– Evitar ter o telemóvel ao lado enquanto estudamos. Basta uma simples mensagem para perdermos o ritmo.

Fonte: Bit Magazine

            A ansiedade é uma emoção básica intrínseca ao ser humano, ainda que se manifeste mais nuns do que noutros. Todo o nervosismo gerado por ela é normal, mas não deve ser banalizado. Caso não consigam controlar a vossa ansiedade, procurem ajuda. Não há que ter vergonha.

            O bem-estar psicológico é tão importante quanto o bem-estar físico. Não adianta de nada tentarmos ignorar os nossos medos e preocupações, de modo a esconder a ansiedade. É importante procurarmos apoio nos nossos amigos e familiares. É, também, inevitável que o início das aulas traga consigo uma sensação de medo, principalmente no primeiro ano de faculdade. Mudar de cidade, sair da nossa zona de conforto e conhecer pessoas novas deve ser encarado como algo bom e desafiante – é uma nova etapa da nossa vida.

            Aproveitem, desfrutem, cresçam e aprendam. Aceitem a incerteza e abracem a resiliência.

Artigo revisto por Lurdes Pereira