A “Guerra” entre e-books e livros físicos
É um facto. Não temos todos de gostar das mesmas coisas.
Desde sempre que nos dividimos por gostarmos mais de uma coisa do que de outra. Por exemplo, a divisão entre pessoas que ADORAM ananás na pizza e aquelas que dizem que o lugar do ananás não é aquele; também já vimos como o grupo que gosta da Apple olha para o grupo que gosta da Android e vice-versa. Quem não viu os olhares cheios de faísca que a team Coca-Cola lança para a team Pepsi e vice-versa?
É verdade.
Estamos constantemente em grupo e nós, num todo, não temos de gostar das mesmas coisas. Respeitá-las sim, mas não precisamos de gostar.
Na Literatura é a mesma coisa. Estamos divididos e é normal. Aqui não se vai falar dos grupos de ficção e de não-ficção ou daqueles que preferem os livros de vampiros aos livros de história ou mesmo daqueles que preferiram ler Os Maias no 11º ano a lerem O Memorial do Convento no 12º.
Com as novas tecnologias surgiram novos grupos que nos voltam a separar por preferências: os grupos de quem gosta de ler através de livros digitais e aqueles que se mantêm fiéis aos livros físicos. Assim, começa também uma “guerra” entre os formatos de leitura.
Quais serão as vantagens entre um e outro? Vamos descobrir!
VANTAGENS DE TER LIVROS DIGITAIS
É preciso um investimento inicial para a compra de um leitor digital. A procura tem uma vasta amplitude que vai desde computadores a leitores como a Kindle e nenhum deles é barato. Tem de se fazer um pequeno investimento para a sua aquisição, no entanto, após a compra, várias são as vantagens para a sua utilização.
- Leva 500 carrega 1
Parece uma promoção de vendas, mas é verdade! Com os livros digitais, acaba-se com um dos grandes problemas de querer tantos livros: a arrumação.
Com os livros digitais é possível, através da capacidade da memória do leitor digital, como um Kobo, Kindle, computador ou telemóvel, conseguir meter vários livros num espaço pequeno. O nosso problema será escolher qual será o livro que iremos ler.
- Os livros digitais são fit
Falando no peso dos livros que se metem num leitor digital, consegue-se reduzir exatamente o peso daquilo que carregamos e, de repente, não parece que estamos a fazer nenhum levantamento de pesos com eles, como acontece com alguns dos livros físicos que temos de carregar.
Quando estamos com livros que têm, por exemplo, 800 páginas, até ficamos com os olhos tortos quando pegamos neles pela primeira vez. Se depois andarmos com eles durante muito tempo, é como se fosse mesmo exercício físico.
- Amantes de uma carteira gordita
Os livros digitais para além de fit também gostam de que os donos consigam poupar. Dessa forma, face ao facto de se ler nesse formato, acaba por ser mais barato do que comprar os livros físicos.
É como se todos os livros digitais estivessem ao preço dos saldos dos livros físicos durante todo o ano! É uma boa combinação para dizermos em casa que estava em conta e continuar a trabalhar arduamente na compulsividade das nossas leituras.
- A arte de ser digital
Para além de tudo o que foi dito, é de admitir que os livros digitais têm o seu charme pela componente inovadora. De facto, os livros digitais protegem-se dos olhares curiosos. Parecem ser mais tímidos do que os livros físicos.
Não seria a primeira vez que estávamos a ler em público e víamos que éramos fisgados para entender qual era o livro que estávamos a ler. Com um livro digital, a coisa já não acontece e é mais fácil. Ficamos todos melhores amigos e não há aquela coisa de partilhar com quem não conhecemos em locais públicos.
Esta questão também ajuda muito naquela política de leitor único, em que nos tornamos possessivos com os nossos livros e não queremos fazer empréstimos de nada.
- Amigo do Ambiente, Memória Perfeita e Leitura Noturna
Em primeiro lugar, podemos dizer que é eco-friendly, porque economiza papel através da não utilização do mesmo para a formação do livro. Não os temos todos dispostos ali na estante por cor, mas ao menos conseguimos poupar umas quantas árvores.
Em segundo, o livro digital tem a capacidade de memorizar a última página que foi acedida. Adeus aos assassinos de folhas que as dobram para fazer de marcador, adeus aos Einstein que decoram a página em que estão e aos que usam efetivamente marcadores e adeus àqueles que utilizam tudo e mais alguma coisa para marcarem o livro.
Por último, é possível ainda ter a oportunidade de uma vida! A leitura no escuro. É como se o limite fosse o céu. Quando não temos a luz da mesa-de-cabeceira, existe sempre aquela preguiça de nos levantar para as apagar quando estamos no quentinho a ler. Acabamos sempre por ter de nos levantar frustrados para o fazer ou então acabamos por deixar o livro de lado (talvez até acabemos por ir a extremos e liguemos uma lanterna para continuar a ler).
Vários são os leitores digitais que têm luz própria e, dessa forma, a leitura durante a noite deixa de ser um obstáculo!
VANTAGENS DE COMPRAR LIVROS FÍSICOS
O livro existe há muito mais tempo do que o livro digital e tem as suas vantagens. É o facto de fortalecer a ideia de ler, folheando várias páginas, e de entrar numa história. Assim, que venham os grandes motivos para continuarmos a ler livros físicos!
- Bateria para toda a vida
Ao contrário do que acontece com os leitores digitais, os livros não têm bateria! Por norma, quando se para de ler, é por conta de nós, leitores, que precisamos de recarregar as energias. Se falarmos de pilhas, é como se os livros fossem as pilhas Duracell. Duram e duram e duram!
Os livros físicos têm essa particularidade de não precisarem de ser carregados. São vitalícios e estarão sempre lá quando os quisermos. Temos é de cuidar dos nossos meninos.
- Não é um Nokia 3310, mas também não parte ao cair!
Cai-nos a alma e morremos um bocadinho, mas quando um livro cai, felizmente, não se parte. Não é nada frágil e mantém-se sempre firme e fiel, como um verdadeiro amigo.
Não magoa o chão, como acontecia quando deixávamos cair um telemóvel Nokia 3310, mas não se parte e, na sua grande maioria, também não se estraga. É como ter um seguro vitalício!
- Ver aquilo que se leu fisicamente
É uma grande ajuda visualizar aquilo que já foi lido ao longo do tempo. Dá-nos aquele incentivo para continuarmos a ler. Quando as páginas são vistas virtualmente, a coisa é diferente, porque não temos o tato e não entendemos o quanto é que foi lido num livro, em termos de tamanho.
A verdade é que ver aquilo que já se leu dá aquele conforto. Quando a visibilidade é dita física, nós, leitores, sentimo-nos completamente diferentes.
- O CHEIRO
É como uma droga!
É aquele famoso tique de, quando apanhamos um livro e o vamos abrir, temos sempre de o cheirar. Nada consegue mesmo ser igual ao cheiro de um livro nas nossas mãos.
É isso que os livros digitais não têm: o cheiro que nos consegue reconfortar, de alguma forma, e fazer com que nos sintamos em casa e seguros de todas as formas.
- A visualização dos livros na estante
Existem pessoas que decoram as casas de diferentes formas. Aqueles que metem imensa coisa, outros que decidem ser minimalistas e há quem tenha a casa com imensooos livros.
Visualmente, adoramos ter esse espaço para onde olhamos e vemos os nossos livros todos expostos. Claro que a pior parte é a limpeza, mas vale sempre a pena quando eles estão ali dispostos e dá-nos aquela sensação de casa, de acolhimento e que mostra que fazemos parte de algo.
Ninguém vai tomar lados. Cada qual com a sua preferência. Podemos não gostar dos géneros literários que cada um lê. Como tal, nós não vamos decidir se somos team livros digitais ou team livros físicos.
É como tudo, não é? Uns gostam mais de Pepsi e outros de Coca-Cola, uns gostam mais de Adidas e outros preferem Nike, ainda há aqueles que prefiram ter um iPhone a um Samsung. É normal o facto de haver diferenças e no que toca aos livros também é natural que assim seja.
No entanto, uma coisa é certa: amamos ler e, independentemente das diferenças, é o amor pela Literatura, é o gosto por ler que nos mantém sempre unidos.
Fonte da Imagem de Capa: Joana Americano
Artigo escrito por Joana Americano
Artigo revisto por Ana Sofia Cunha
AUTORIA
Nascida, ao mesmo tempo que alguém igualzinho a ela, em julho de 1998. Veio de Cultura e Comunicação e está no segundo ano de Mestrado em Jornalismo. O seu grande amor são os livros, tanto que ouvir audiobooks, quando está a trabalhar para manter o foco e sanidade, é o seu guilty pleasure. Diz sempre que “é só mais um capítulo”, mas sabe que é mentira. É aquela que gosta de ananás na pizza.