Artes Visuais e Performativas

“A Coragem da Minha Mãe”

Escrita por George Tabori, “A Coragem da Minha Mãe” é, para lá de uma narrativa cativante, uma história de amor e, claro, de coragem.

Originalmente, a peça estreia-se em 1979, inspirada pela peça “Mãe Coragem”, de Bertold Brecht. Chegou a Portugal a 18 de novembro e estará em cena no Teatro da Politécnica, em Lisboa, até ao dia 19 de dezembro, com a encenação de Jorge Silva Melo, dos Artistas Unidos. 

Fonte: https://images.app.goo.gl/Pj8kfR9UGS5ScmWXA

A peça nacionalmente apelidada de “A Lata da Minha Mãe” conta a história verídica de Elsa. Uma doce e pacata mãe judaica que, aos 55 anos de idade, sai de casa para visitar a irmã, a caminho de Auschwitz, e acaba por ser presa. Ao contrário de tantos outros, Elsa conseguiu, no verão de 1944, fugir à morte e, com a coragem que só uma mãe tem, contornar o destino que lhe fora traçado – tudo graças a uma mentira.

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“Quando ele volta à Áustria, encontra-se com a mãe, já teria 80 anos, que lhe conta a história deste dia maluco que ela viveu em 1944, portanto, no fim da guerra.

A mãe tinha escrito umas coisas sobre este dia especial da vida dela, para dar ao filho, que era escritor. O filho pôs aquilo mais bonitinho do que aquilo que a mãe tinha escrito, então [na peça] a mãe está sempre a dizer ‘olha que não é bem assim’, há um diálogo entre ele e a mãe, em que ele recolhe confidências muito íntimas da mãe e do horror dos campos de concentração, ao mesmo tempo que a mãe se diverte com as histórias: ‘os polícias eram uns gordos que nem conseguiam correr atrás de mim para me prender e eu é que tive de ficar à espera deles para me prenderem’”Jorge Silva Melo

Fonte: Lusa in TVI24 – (https://tvi24.iol.pt/sociedade/teatro/a-coragem-da-minha-mae-a-historia-de-uma-judia-que-escapou-a-auschwitz)

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A peça, embora serena, é narrada de forma intensa e caracterizada por um forte traço de sarcasmo. A história trágica de milhares de inocentes aos olhos de uma mãe, que tentava sempre ver o melhor no mundo, tendencialmente com algum humor.

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Pedro Carraca e Antónia Terrinha são os atores que dão vida a esta troca de memórias entre mãe e filho (Elsa e George Tabori), agora na versão portuguesa. Os dois atores contracenam ao longo de toda a peça e é apenas a dada altura que uma terceira personagem se apresenta para preencher a narrativa com um fator visual – Hélder Braz, o soldado Alemão que, com uma troca de olhares, salvou a vida de uma mãe.

Artigo revisto por Beatriz Campos

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