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O Impacto da Guerra na Vida das Crianças

Com o começo da guerra na Ucrânia, todos os dias temos observado, através dos meios de comunicação, famílias que têm de fugir das suas casas devido à realidade que estão a viver. Todos os dias são partilhadas centenas de imagens de lares destruídos, famílias sem rumo e vidas perdidas. Incapazes de lidar com o caos à sua volta de forma autónoma, as crianças são, inquestionavelmente, algumas das vítimas mais afetadas deste conflito. Desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro, já morreram pelo menos 136 crianças.

A Rússia não tem poupado ataques a civis, incluindo aqueles que se encontravam em hospitais e maternidades. Muitas crianças tiveram de deixar a sua vida normal para escapar aos bombardeamentos e uma grande parte delas perderam familiares, casas e a oportunidade de viver num ambiente propício ao seu crescimento.

Além de ficarem para trás bens materiais e todo o conforto do seu próprio país, ficam ainda os sonhos de crianças que vêem as suas vidas sofrer uma mudança avassaladora. Ainda em processo de desenvolvimento, são obrigadas a deixar o que lhes é familiar em busca de segurança com as suas famílias – muitas das vezes com apenas parte delas, pois os seus pais e irmãos têm de ficar para lutar. 

Um dos casos mais mediáticos é o de um menino ucraniano de 11 anos que atravessou a fronteira da Ucrânia com a Eslováquia sozinho, apenas com uma mochila e um número de telemóvel escrito na mão. O menino rapidamente foi considerado um “herói” e acabou por se reunir com uma parte da sua família na Eslováquia. Este é apenas um exemplo de uma das muitas crianças que são obrigadas a “crescer” demasiado rápido, de forma a adaptarem-se ao mundo que os rodeia.

Menino ucraniano que viajou mais de 900 quilómetros sozinho para chegar à Eslováquia

Mas não é só na Ucrânia que as crianças são vítimas de atos indefensíveis: segundo a Unicef, em 2021 existiam cerca de seis milhões de crianças na Síria a necessitarem de ajuda. Muitas destas crianças nasceram durante esta guerra que se prolonga há mais de dez anos, não conhecendo assim outra realidade além da destruição.

Outras crianças que vivem em terreno de guerra desde que têm memória são as crianças do Iémen. Conforme referido pela CNN: “A ONU revelou que quase duas mil crianças recrutadas pelos rebeldes houthi no Iémen morreram no campo de batalha entre janeiro de 2020 e maio de 2021”.

Estas crianças vivem em condições inaceitáveis. Os cuidados básicos de saúde são inexistentes, aos quais se junta ainda a má nutrição de que sofrem devido às condições miseráveis em que vivem. Não têm ainda acesso à educação, uma vez que as crianças refugiadas não têm sítio certo onde ficar ou alguém para as ajudar; e as que permanecem no seu país de origem não tem escolas funcionais, sem falar do facto de que os edifícios estão destruídos ou a ser utilizados como abrigo.

Crianças residentes na Síria

Estas crianças necessitam de apoio para que possam sobreviver à situação que assombra as suas vidas. Caso queiras e possas ajudar, deixamos-te aqui algumas instituições às quais podes fazer doações:

https://www.savethechildren.org/us/where-we-work/ukraine

https://www.savethechildren.org/us/where-we-work/yemen

Fonte da capa: The Times of Israel

Artigo revisto por Ana Sofia Cunha

AUTORIA

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Com o sonho de ser jornalista desde que entrei, estou agora a acabar o curso e continuo com o mesmo objetivo inicial - informar quem quer ser informado e dar voz a quem precisa -, que, por agora, vou concretizando na ESCS Magazine. Apaixonada por palavras e por pessoas, espero que a minha escrita seja útil e que através da comunicação possa ter o meu papel numa sociedade melhor e mais informada.

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A sua paixão pela moda começou muito cedo: sempre adorou acompanhar as tendências e inspirar-se em coleções de designers. Um dos seus sonhos (desde que viu pela primeira vez o filme O Diabo Veste Prada) é trabalhar numa revista de moda. Hoje, no 3° ano do curso de Jornalismo, tem a oportunidade de conjugar essa paixão com aquela que tem pela escrita na ESCS Magazine.