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A guerra no Médio Oriente: Israel e Hamas

No dia 7 de outubro, o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel, com centenas de combatentes infiltrados nas comunidades próximas à Faixa de Gaza. Pelo menos 1500 integrantes do grupo terrorista entraram no sul de Israel, onde mataram e sequestraram dezenas de civis.

Até quando teremos de recuar para perceber a génese desta guerra no Médio-Oriente? E o que desencadeou a nova onda de violência?

O passado do conflito

O Reino Unido assumiu o controlo da região conhecida como Palestina após a Primeira Guerra Mundial. Até então, esta zona era governada pelo Império Otomano, que foi vencido no conflito. A região era habitada por uma minoria judaica e uma maioria árabe, além de outros grupos étnicos menores. A tensão entre judeus e árabes aumentou quando a comunidade internacional concedeu aos britânicos a tarefa de formar um lar nacional para o povo judeu na Palestina. Para os judeus, a Palestina era o seu lar ancestral, mas os árabes palestinos também reivindicavam a região e, por isso, opuseram-se à mudança.

Durante o período do mandato britânico, a área assistiu à ascensão de dois grandes movimentos nacionalistas, um entre os judeus e outro entre os árabes. Entre as décadas de 1920 e 1940, aumentou o número de judeus que chegavam à região. Muitos deles fugiam das perseguições nazis na Europa. Cresceu, então, um movimento de oposição ao Mandato Britânico. 

Grupo de militares do grupo Hamas.  Fonte: Mahmud Hams/AFP

Face às tensões, em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu dividir a Palestina em dois Estados separados, um judeu e o outro árabe. A divisão despoletou disputas territoriais, uma vez que aos judeus, que constituíam a minoria em termos populacionais (um terço), foi concedido 56.5% do território.

Formaram-se exércitos por todo o território e, de entre as ruínas das disputas e a retirada dos britânicos, nasceu o Estado de Israel em 1948, o que marcou o início de um novo capítulo sangrento e desastroso do conflito entre judeus (israelitas) e árabes (palestinianos).

A intenção era que o novo país servisse de destino seguro para os judeus perseguidos. Desde então, a tensão não reduziu. O êxodo de palestinos intensificou-se e milhões permanecem refugiados em outros países. A partir daí, outras guerras com nações vizinhas àquela região, como Egito, Síria, Jordânia, Líbia – a chamada União Árabe – deram mais força a Israel.

A violência ganhou novas proporções com o surgimento do Hamas, um movimento de resistência palestiniano que governa a Faixa de Gaza desde 2007. Segundo a BBC, o grupo tem o objetivo final de substituir o Estado de Israel por um Estado Islâmico.

O retorno dos conflitos

A violência regressou ao território no dia 7 de outubro. Peter Bergen, analista americano de segurança nacional, afirma que o primeiro ataque da nova vaga de disputas teve o objetivo de encorajar os palestinianos na Cisjordânia e em todo o território de Israel a abrir outras frentes de batalha contra alvos israelitas.

Desde então, a tensão aumentou exponencialmente. Israel lançou numerosas contra-ofensivas e o conflito já está a chamar a atenção das grandes potências mundiais.

Fonte: UNRWA/Mohammed Hinnawi

Atualmente, Gaza está à beira do colapso. Muitos habitantes estão a deixar para trás as suas casas e as suas vidas para fugir aos bombardeamentos. Algumas não conseguiram escapar. Mulheres e crianças estavam entre os mortos de um ataque que atingiu o comboio onde viajavam para fugir do norte de Gaza em uma das duas rotas de evacuação, no passado dia 14 de outubro.

Há apenas duas estradas até a zona de evacuação, e o combustível para veículos está a escassear. A ONU aponta já para um milhão de deslocados em Gaza.

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou que mais de 8 mil palestinianos perderam a vida desde o início do conflito. Já o Governo israelita aponta para perto de 1500 dos seus cidadãos como vítimas mortais. Os números dos dois lados não puderam ser confirmados por entidades independentes.

Fonte da capa: Cryptopolitan

Artigo revisto por Julia Gibelli

AUTORIA

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Há quem diga que seja cusca e há quem diga que seja atenta, mas a Sofia sempre questionou aquilo que a rodeia. Talvez seja por isso que agora está no 3.º ano da licenciatura em Jornalismo, na ESCS. Daqui a uns anos, pode ser que a vejam na televisão como pivô ou correspondente internacional, mas, por enquanto, é Vice-Diretora da ESCS Magazine.